A explicação, segundo o R&C da empresa pública de habitação, está no facto de a IFH ter transferido as casas de Classe A do Programa Casa para Todos para o Estado. Uma transferência que levou a que os resultados operacionais da empresa descessem 62% no último ano.
Ainda segundo o mesmo documento, o resultado operacional engloba também “as imparidades no valor de 42,1 mil contos em 2017 para 42,5 mil contos em 2018, reflectindo a imparidade registada nos créditos concedidos a clientes; o aumento da rubrica Outros Gastos e Perdas de 12,5 mil contos, em 2017, para 29,0 mil contos em 2018, em virtude da especialização do Imposto Selo pago pela Direcção Geral de Tesouro e correcção de exercícios anteriores no valor de 6,8 mil contos; o reconhecimento como perda de imparidade em inventários de parte do contrato assinado em 2011, para elaboração do projecto de arquitectura para construção de um empreendimento no Palmarejo Grande que impactou negativamente o resultado de 2018, no valor de 25,1 mil contos”.
No que respeita a rendimentos, a IFH registou um crescimento de 115% em 2018 quando comparado com o ano anterior tendo o Volume de Negócios ascendido a 4,6 milhões de contos (aumento de 287%). A empresa registou igualmente “um aumento de 3,7 milhões de euros (+287%) face a 2017, decorrente fundamentalmente das transferências das fracções denominadas "Classe A" no valor de 3,3 milhões de contos”.
Também as vendas desempenharam um papel importante nos resultados da IFH. Segundo o relatório e contas da empresa, foram registados 4,6 milhões de contos em vendas, o que significa um aumento de 303% “face aos 1,2 milhões de contos, apresentados no período homólogo, sendo que esta variação é justificada, essencialmente, pela transferência do Direito de Propriedade das Habitações denominadas "Classe A" das Infraestruturas e dos Equipamentos a elas associadas ao Estado de Cabo Verde no montante de 3,3 milhões de contos”.
Por outro lado, a IFH registou gastos totais de “4,8 milhões de contos, verificando-se um aumento de quase 2,0 milhões de contos em relação a 2017”, o que representa uma variação de 72% em relação ao ano anterior, “sendo de salientar que advém, essencialmente, do aumento substancial da rubrica Variação de inventários de Produção derivado do aumento de vendas em 287%”, aponta o relatório.