Crise expôs lacunas devastadoras na protecção social, diz a OIT

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 mai 2020 7:20

A pandemia COVID-19 "expôs lacunas devastadoras" na protecção social nos países em desenvolvimento, alerta a OIT, num relatório divulgado esta quinta-feira, segundo o qual 55% da população mundial não está coberta pela Segurança Social ou assistência social.

Segundo o relatório sobre as respostas da protecção social à pandemia COVID-19 nos países em desenvolvimento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), "a crise da COVID-19 expôs lacunas devastadoras na cobertura de protecção social" nesses países e, para prevenir futuras crises, é necessário colmatar essas falhas.

De acordo com o documento, 55% da população mundial (cerca de quatro mil milhões de pessoas) não está coberta pela Segurança Social ou pela assistência social.

A nível mundial, apenas 20% das pessoas desempregadas estão cobertas por subsídios de desemprego e, em algumas regiões, a cobertura é muito inferior.

Um outro documento da OIT sobre as baixas por doença e a quarentena mostra que a crise de saúde relacionada com a COVID-19 "expôs dois dos principais efeitos adversos das lacunas na cobertura do subsídio de doença".

"Em primeiro lugar, essas lacunas de proteção podem obrigar as pessoas a ir trabalhar quando estão doentes ou deviam estar em quarentena, aumentando assim o risco de infetar outras pessoas", afirma a organização.

"Em segundo lugar, a perda de rendimento que lhe está associada aumenta o risco de pobreza para os trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias, o que poderá ter um impacto duradouro", acrescenta a OIT.

A organização defende que a proteção social é "um mecanismo indispensável para prestar apoio aos indivíduos durante a crise".

"Embora o vírus não discrimine entre ricos e pobres, os seus efeitos são extremamente desiguais", pode ler-se no documento, acrescentando que a capacidade de aceder a cuidados de saúde acessíveis e de qualidade tornou-se "uma questão de vida ou de morte".

No documento, a OIT adverte ainda os responsáveis políticos para que evitem um enfoque único na covid-19, porque isso poderia reduzir a disponibilidade dos sistemas de saúde para responderem a "outras condições que matam pessoas todos os dias".

Como exemplo, a organização refere que durante a epidemia de Ébola, o foco neste vírus agravou a mortalidade por malária, tuberculose e VIH/Sida.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 mai 2020 7:20

Editado porSara Almeida  em  16 mai 2020 9:27

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