Pandemia 'afunda' restaurantes da capital

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,10 set 2020 15:35

Sem turistas, sem emigrantes e com horários de funcionamento reduzidos, empresários do sector da restauração registam quebras de facturação entre os 30 e os 70%.

Um grupo de empresários do sector da restauração apontou que durante o verão deste ano registaram quebras de facturação que chegam aos 70%.

Ouvidos pela Inforpress, os empresários, todos da Praia, referem que a ausência de turistas e emigrantes, provocada pela pandemia que levou ao encerramento das fronteiras, esteve na origem dos prejuízos. 

De acordo com Zeca Barros, proprietário do restaurante Kebra Cabana, os prejuízos este ano foram maiores porque os restaurantes na Praia, que facturam “mais” com a vinda dos emigrantes e turistas, ficaram sem essa  fonte de rendimento devido à situação da pandemia da covid-19, que impediu esses clientes de vir de férias.

“Na Cidade da Praia, são poucos que conseguem facturar, e este ano não teve a afluência de emigrantes. Aqui na Kebra Cabana, não vi emigrantes”, explanou Zeca Barros, realçando que uma vez ou outra recebem alguns turistas.

Este empresário não deixou de notar ainda que as restrições impostas por causa da pandemia de covid-19, levaram à diminuição da capacidade de recepção dos clientes para até um terço e que os mesmos, por precaução, não estão a frequentar estes espaços.

Em relação ao horário de encerramento dos estabelecimentos de restauração, o proprietário afirmou que “há muito tempo” que o horário está a “prejudicar” a economia da empresa.

“Os próprios consumidores sentem receio em frequentar alguns lugares, devido ao aumento de casos diários de covid-19, e isso inibe as pessoas de visitarem os restaurantes”, corroborou por seu lado Eunice Mascarenhas enquanto lembra que nesta altura do ano se estaria no pico do "turismo étnico" com o regresso dos emigrantes a Cabo Verde.

Também o horário de funcionamento estabelecido pelo governo veio ser mais um obstáculo, defende a empresária em declarações à Inforpress, porque os clientes ainda não conseguiram “habituar-se” ao facto destes espaços comerciais fecharem mais cedo do que acontecia até há pouco tempo.

Ainda em declarações à agência pública de notícias a empresária refere que está a facturar menos 30% do que nos anos anteriores salientando que é um "impacto enorme" para a tesouraria das empresas, uma vez que existem custos fixos, nomeadamente com a água, energia, salários dos funcionários e materiais de higienização.

“Não dá para pagar todas as despesas, os funcionários, energia, água e renda. Há meses que até o pagamento dos funcionários sai atrasado, porque não há facturação para cobrir todas as despesas”, lamentou Walter Gomes, proprietário de outro espaço de restauração junto à praia de Quebra Canela e que garante que a facturação diminuiu 70% quando comparada com o mesmo período de anos anteriores.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,10 set 2020 15:35

Editado porSara Almeida  em  21 jun 2021 23:21

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