Covid-19: Reservas dos bancos nacionais subiram para 54 milhões de contos em 2020

PorExpresso das Ilhas, Lusa,11 mar 2021 9:32

As reservas dos bancos comerciais que operam em Cabo Verde aumentaram em 2020 para 54 milhões de contos, renovando novos máximos apesar dos efeitos económicos da pandemia de covid-19, segundo dados oficiais compilados hoje pela Lusa.

De acordo com um relatório mensal do Banco de Cabo Verde (BCV) com o balanço consolidado dos bancos de depósitos, as reservas bancárias, normalmente colocadas pela banca à guarda do banco central para situações de emergência, atingiram em 2017 os 47.140 milhões de escudos e em 2018 cresceram para 49.521 milhões de escudos.

De 2019 para 2020, essas reservas, segundo os dados do BCV compilados pela Lusa, cresceram 1%, para quase 54.642 milhões de escudos no final de Dezembro passado.

Este crescimento acontece em pleno período de crise económica desencadeada pela pandemia de covid-19, com a aplicação de moratórias aos créditos bancários aplicados desde Abril de 2020, para mitigar essas consequências, conforme decidido pelo banco central.

Os sete bancos cabo-verdianos que podem trabalhar com clientes residentes no arquipélago somaram lucros recorde superiores a 3,3 milhões de contos em 2019, mas os riscos associados à pandemia de covid-19 impediram a distribuição de dividendos pelos accionistas, obrigando à constituição de reservas.

Segundo dados das contas dos sete bancos, aprovadas pelos accionistas de cada instituição durante o ano de 2020 e compilados anteriormente pela agência Lusa, a banca cabo-verdiana somou lucros históricos de 3.312 milhões de escudos em 2019, com praticamente todas as instituições a reconhecerem resultados recorde e nenhuma com prejuízos, contrariamente a 2018.

Metade dos lucros da banca cabo-verdiana em 2019, que fechou o ano com um recorde de 1.333 trabalhadores, estão concentrados em dois bancos: o Banco Comercial do Atlântico (BCA) e o Banco Interatlântico.

O Banco de Cabo Verde avançou em Março de 2020 com um conjunto de decisões para reforçar a liquidez e solidez do sistema financeiro do arquipélago, antevendo os efeitos da pandemia de covid-19 e avançando com um regime de moratórias no pagamento de crédito.

“A contribuição de todos é fundamental, pelo que, para fazer face aos impactos e eventuais perdas futuras os bancos deverão reforçar os fundos próprios através da não distribuição de dividendos relativamente aos resultados de 2019”, lê-se na nota divulgada em Março de 2020 pelo banco central.

Os lucros da banca em 2019 foram liderados pelo BCA, com um resultado líquido de 1.170 milhões de escudos, sendo este, segundo a administração, o melhor registo em 27 anos de história do banco.

A Caixa Económica, o outro dos dois grandes bancos de Cabo Verde, registou um lucro histórico de 940,8 milhões de escudos, igualmente um aumento recorde de 98,55% face a 2018, sem distribuição de dividendos.

O banco é detido maioritariamente pelo Estado cabo-verdiano, através de uma participação directa no capital social, detida pelo Ministério das Finanças, de 27,44%, mas também pelo Instituto Nacional de Previdência Social, com uma quota de 47,21%, e pela empresa pública Correios de Cabo Verde, com uma participação de 15,14%.

Já os lucros do BI praticamente triplicaram em 2019, face ao ano anterior, para 477,3 milhões de escudos, o melhor resultado desde a sua criação, segundo a administração, que tal como todos os outros bancos decidiu aplicar a totalidade dos resultados em reservas.

“Com as medidas já aprovadas pelo supervisor e aplicando nos fundos próprios a totalidade do resultado de 2019, o banco estará mais bem preparado para resistir aos efeitos adversos da crise já iniciada”, lê-se na mensagem da administração no relatório e contas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,11 mar 2021 9:32

Editado porAndre Amaral  em  9 dez 2021 23:21

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