Informações contidas no resultado do inquérito, publicado no site do BCV, indicam que os critérios de aprovação de empréstimos às empresas registaram um aumento muito ligeiro da restritividade, enquanto que nos empréstimos aos particulares foi verificada uma situação inversa, ou seja, uma redução muito ligeira da restritividade.
“De acordo com as instituições bancárias inquiridas, no último trimestre de 2020, tanto em termos globais, como nos casos de financiamentos de curto prazo, os critérios de aprovação de empréstimos a empresas tornaram-se ligeiramente mais restritivos para uma instituição”, refere o documento.
Dados indicam que no caso dos empréstimos de longo prazo, os critérios tornaram-se consideravelmente mais restritivos para uma instituição, permanecendo sem grandes alterações para as restantes.
As pressões exercidas pela concorrência de outras instituições bancárias influenciaram positivamente os critérios, enquanto o custo de capital, as perspectivas para sectores de actividade específicos, os riscos associados às empresas sem contabilidade organizada e o nível de incumprimento determinaram o seu agravamento.
“Globalmente, os termos e condições aplicados na concessão de empréstimos às empresas mantiveram-se sem grandes alterações”, refere o BCV, acrescentando que em termos específicos, duas instituições registaram uma ligeira melhoria no “spread” aplicado nos empréstimos de risco médio e na taxa de juro.
“Uma instituição registou, ainda, um ligeiro aumento do spread aplicado nos empréstimos de maior risco e um aumento considerável da condição associada à maturidade”, realçou.
O BCV realça ainda que as pressões exercidas pela concorrência e as medidas de política monetária influenciaram positivamente os termos e as condições dos empréstimos, enquanto a percepção dos riscos e o nível de tolerância ao risco, negativamente.
A proporção de pedidos de empréstimos rejeitados na íntegra (volume de empréstimos rejeitados em relação ao volume total de pedidos de empréstimos) cresceu ligeiramente numa instituição, mantendo-se sem alterações nas restantes.
Dados apontam também para um aumento da procura de empréstimos pelas empresas, sendo que numa instituição esse aumento foi ligeiro e noutra consideravelmente.
“No caso dos empréstimos de longo prazo, a procura aumentou ligeiramente numa, consideravelmente noutra e diminuiu ligeiramente numa terceira. Relativamente aos empréstimos de curto prazo, duas instituições reportaram um ligeiro aumento e uma instituição, um aumento considerável”, precisou.
As necessidades de financiamento de existências e fundo de maneio, de fusões, aquisições e reestruturação empresarial, de refinanciamento, reestruturação e renegociação da dívida e o nível das taxas de juro (em menor grau) contribuíram para aumentar a procura, segundo o BCV.
Para o primeiro trimestre de 2021, perspectiva-se que a restritividade dos critérios aplicados na aprovação de empréstimos às empresas permanecerá sem grandes alterações.