De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV) sobre as importações nacionais, o país comprou ao exterior, nos primeiros sete meses deste ano, cerca de 4.620 milhões de escudos em combustíveis de vários tipos.
De Janeiro a Julho de 2020, período fortemente afectado pelo confinamento geral provocado pela pandemia de covid-19, o arquipélago importou 4.112 milhões de escudos em combustíveis, segundo o histórico do BCV.
Em média, Cabo Verde passou do equivalente a 173 mil euros diários de combustíveis importados nos primeiros sete meses de 2020, para 195 mil euros no mesmo período deste ano.
Em todo o ano de 2020, o país comprou ao exterior pouco mais de 6.793 milhões de escudos em combustíveis de vários tipos, contra os 9.164 milhões de escudos em 2019.
De 2019 para 2020, com a economia a crescer mais de 5%, a importação de combustíveis por Cabo Verde aumentou mais de 1%.
Contudo, essa importação caiu para o equivalente a 166 mil euros por dia em 2020, face aos impactos da crise económica sentidos a partir de Abril.
Os dois meses de estado de emergência, em Abril e Maio de 2020, com confinamento generalizado da população e restrições à circulação, e o encerramento do arquipélago a voos internacionais de Março a Outubro, para conter a transmissão da pandemia de covid-19, explicam a quebra de 26% nestas importações no espaço de um ano.
Comentando anteriormente a situação económica do arquipélago, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou que, apesar de acreditar que a introdução da vacinação contra a covid-19 nos mercados emissores de turistas para Cabo Verde transmita “confiança” aos consumidores, a retoma económica será “muito lenta ainda em 2021”.
Cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde depende do turismo, mas o sector está praticamente parado desde meados de Março de 2020, com o início da aplicação das medidas restritivas para travar a transmissão da pandemia de covid-19, com o encerramento do arquipélago a ligações aéreas internacionais, que só foram retomadas em Outubro.
A quebra nas receitas fiscais com o turismo, bem como o aumento das despesas do Estado com apoios sociais, às empresas e no reforço da saúde, para travar a pandemia, provocaram uma recessão económica de 14,8% em 2020, admitindo o Governo um crescimento acima de 3% do PIB em 2021, dependente da retoma do turismo.