"Com o objectivo de aumentar o investimento do sector privado nos projectos de petróleo e gás, o banco vai garantir financiamento crítico para os novos e futuros projectos de petróleo e gás, bem como no desenvolvimento da energia ao longo de toda a cadeia de valor", lê-se no comunicado enviado à Lusa.
No comunicado, não são divulgados os valores envolvidos na criação do banco nem os montantes de capital social que este novo banco terá, mas são descritas as circunstâncias e as motivações da criação desta entidade financeira.
"No seguimento do desinvestimento das companhias petrolíferas e na mudança das tendências globais de investimento, o banco surge numa altura particularmente crítica", aponta-se no texto, que dá conta da assinatura do memorando de entendimento, que foi assinado pelo director de Relações com os Clientes do Afreximbank, Rene Awambeng e pelo secretário-geral da APPO, Omar Farouk, na presença do Presidente de Angola, João Lourenço, de ministros africanos e do presidente executivo da Câmara Africana de Energia, NJ Ayuk.
O texto argumenta que nos últimos anos tem havido uma forte redução das despesas de investimento em África, que desceram de 60 mil milhões de dólares (57,5 mil milhões de euros) em 2014 para 22,5 mil milhões de dólares (21,4 mil milhões de euros) em 2020, esperando-se uma recuperação para 30 mil milhões de dólares (28,6 mil milhões de euros) este ano.
"Apesar deste aumento, há significativos níveis de investimento que ainda são necessários, e por isso o papel das instituições financeiras africanas tem sido enfatizado, já que enquanto o mundo desenvolvido defende o fim dos combustíveis fósseis devido às mudanças climáticas, África continua a enfrentar uma crise de pobreza energética, com mais de 600 milhões de pessoas sem acesso a electricidade e 900 milhões sem acesso a soluções de confecção limpa de alimentos", salienta-se no texto.
O Banco Africano de Energia, agora proposto, "vai operar da mesma forma que a Corporação Africana de Investimento Energético, uma instituição financeira de desenvolvimento criada para canalizar os recursos para o desenvolvimento do sector energético", explica-se no comunicado, que conclui que "os benefícios são o favorecimento do desenvolvimento do sector energético africano e, com isso, o crescimento socioeconómico".