A responsável da organização internacional recebeu na quinta-feira o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que está de visita a Genebra, na Suíça, sede da OMC, e numa nota divulgada posteriormente sublinhou que “é muito impressionante o que Cabo Verde está a fazer”.
“Embora a economia tenha contraído severamente em 2020, o país recuperou fortemente. Estão a fazer o tipo certo de reformas. Estão a ficar ‘verdes’, tentando aumentar o crescimento ‘verde’, o que é maravilhoso. Estão tentando integrar-se com o resto do continente, estão tentando tornar-se digitais, o que é bom para uma economia insular”, afirmou a diretora-geral da OMC, citada numa nota da organização.
O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do Produto Interno Bruto (PIB), seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.
“Somos uma pequena economia. Precisamos de mercados globais e mercados africanos para desenvolver a nossa economia. O comércio é uma área importante para todas as economias e especialmente para os pequenos Estados insulares”, afirmou Ulisses Correia e Silva, após a reunião com Okonjo-Iweala.
Cabo Verde é membro da OMC desde 23 de julho de 2008 e o primeiro-ministro participou na 12.ª conferência ministerial da organização, que decorre de 12 a 17 de julho, em Genebra, durante a qual ministros de todo o mundo estão a rever o funcionamento do sistema multilateral de comércio.
Em cima da mesa nesta reunião magna está um acordo histórico global para reduzir os subsídios prejudiciais à pesca e a libertação de patentes para a produção de vacinas contra a covid-19, entre outros temas.
O primeiro-ministro destacou algumas das necessidades particulares de Cabo Verde e manifestou interesse em colaborar com a OMC em áreas como a economia azul, segurança alimentar, economia digital e alterações climáticas.