No final do encontro, o ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que da reunião ficou assente a necessidade de se aprimorar o quadro de diálogo por forma a que a parceria entre o Estado e o sector privado possa trazer os melhores resultados para o país.
“Esse diálogo tem estado a funcionar, mas podemos melhorar, porque nós, enquanto governante ou cidadão, não podemos apenas dizer que as coisas estão bem, estão a funcionar. Estamos abertos a continuar esse diálogo para melhorar” declarou.
O objectivo, conforme indicou, é que esse diálogo extravase o âmbito político e seja um diálogo mais sectorial com a administração intermédia para uma discussão sobre a visão em relação aos sectores, mas também para identificar os bloqueios operacionais e em conjunto construir os caminhos para os resolver e os vencer.
“Seria muito importante que as visões em relação aos sectores possam ser uma visão partilhada com o sector privado em relação a tudo – em relação ao turismo, em relação à economia azul, economia verde. Nós temos que trabalhar para que a visão do futuro de Cabo Verde nestes sectores seja uma visão partilhada com o sector privado”, declarou.
“Portanto o sector privado tem de estar presente em todas as fases das decisões do Estado, desde a concepção passando pela decisão, pela implementação, pela avaliação e correcção das medidas de política”, acrescentou.
Olavo Correia sublinhou ainda que a intenção é que tudo o que tenha a ver com o sector privado em si, como por exemplo o ecossistema do financiamento da economia, o fundo soberano de garantia ao investimento privado, o acesso às linhas internacionais de financiamento, o sector privado esteja presente e possa saber o que o Estado pode fazer e o pode ser feito em conjunto.
“Lá onde o privado pode fazer melhor, com menos custos e de forma mais eficiente, o sector privado que o faça. Lá onde o Estado pode fazer melhor faz o sector público. Lá onde podemos fazer junto em parceria da melhor forma, então parceria. O importante para o Estado é que seja feito – pelo público ou pelo privado é pouco relevante. O importante é que seja bem feito e seja feito no tempo certo”, sublinhou.
Olavo Correia sublinhou que o sector privado tem de estar presente no fórum internacional para poder ter acesso ao conhecimento, às redes de contactos e poder trazer oportunidades do mundo para Cabo Verde.
Neste sentido, adiantou que ficou assente igualmente um trabalho em conjunto para criar as condições, em termos financeiros, e não para garantir que essa presença de Cabo Verde, seja pública como privada, seja activa.
Da parte do sector privado, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, congratulou-se com a “grande importância” que o Governo dá ao sector privado e disse esperar que o CNDSC seja um espaço de diálogo para se encontrar caminhos, apontar os rumos que o sector privado, considera, serem os melhores para o desenvolvimento de Cabo Verde.
O CNDSP, criado pelo Decreto-Lei n.º 76/2021, de 2 Novembro, é um órgão de coordenação da acção de agentes públicos em matéria de promoção do desenvolvimento do sector privado nacional, ao qual compete promover o debate, a socialização e a avaliação das propostas do Governo que versem sobre o desenvolvimento do sector privado ou de actividades com ele relacionadas.