Receitas do Estado aumentaram 31,4% até Maio

PorExpresso das Ilhas, Lusa,10 ago 2022 14:01

As receitas do Estado aumentaram 31,4% até Maio, face ao mesmo período de 2021, então condicionado pela crise provocada pela pandemia, para quase 19.668 milhões de escudos, segundo dados oficiais.

De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental até Maio, compilados hoje pela Lusa, este desempenho resulta essencialmente do “aumento da arrecadação” de impostos directos (43,8% face ao mesmo período de 2021) e indirectos (6,4%).

No documento do Ministério das Finanças, provisório, refere-se ainda que as despesas totais de Janeiro a Maio aumentaram 5,8%, face ao executado nos mesmos cinco meses de 2021, para 22.290 milhões de escudos.

Em cinco meses, Cabo Verde arrecadou 33,8% dos 58.196 milhões de escudos das receitas orçamentadas para todo este ano pelo Governo, valor que compara ainda com os 14.966 milhões de escudos contabilizados de Janeiro a Maio de 2021.

Nas receitas, o Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS) aumentou 8,8% até final de maio, para 2.519 milhões de escudos, enquanto o imposto sobre os lucros das empresas (IRPC) caiu, também em termos homólogos, 0,9%, para quase 1.316 milhões de escudos.

Nos impostos indirectos, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) continua a recuperar das quedas provocadas pela pandemia de covid-19 e a queda no turismo, tendo rendido em cinco meses mais de 6.733 milhões de escudos, aumentando 39,6% face ao mesmo período de 2021.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – sector que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde Março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.

O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.

Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo reviu de 6% para 4% a perspectiva de crescimento económico em 2022.

O Governo pretende elevar o peso da cobrança de receitas fiscais para 30% do PIB, face aos actuais 20%, afirmou anteriormente o ministro das Finanças, garantindo que pode ser feito sem aumentar a incidência.

“Temos a ambição de colocar essa receita fiscal em percentagem do PIB, que anda agora à volta dos 20 a 22%, em 25% numa primeira fase e até pode atingir 30% do PIB numa segunda fase, se as reformas forem empreendidas, sem aumentar a incidência. Apenas combatendo a fuga, a fraude e a evasão fiscais, e aumentando de forma substancial a base tributária, também combatendo a informalidade”, afirmou Olavo Correia.

Olavo Correia defendeu que, para tal, a aposta passará desde logo pelos recursos humanos.

O objectivo, enfatizou, é combater também a informalidade nos negócios, a par de “digitalizar e desmaterializar” a administração tributária, com “quadros altamente qualificados para que a receita fiscal em percentagem do PIB possa aumentar”.

As receitas do Estado aumentaram 1,8% em 2021, face ao ano anterior, para 44.525 milhões de escudos.

Segundo dados do relatório síntese da execução orçamental de 2021, este desempenho resulta essencialmente do aumento de 4% na arrecadação de impostos, com os impostos indirectos a subirem 8,6%, para quase 24.388 milhões de escudos, e os impostos directos a caíram 6,4%, para 9.150 milhões de escudos.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,10 ago 2022 14:01

Editado porAndre Amaral  em  30 abr 2023 23:27

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