Países africanos preferem financiamento concessional a títulos islâmicos - S&P

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 ago 2022 12:00

​A agência de notação financeira Standard & Poor's considerou hoje que a maior parte do financiamento dos países da África subsaariana será feita através de instituições multilaterais de financiamento e não via emissão de dívida islâmica.

"O financiamento de instituições financeiras islâmicas é uma excepção improvável em toda a África Subsaariana; apesar das pronunciadas necessidades de financiamento da região, particularmente para projectos de infra-estruturas e para o pagamento da dívida relacionada com a covid-19, acreditamos que os países subsaarianos irão ao mercado através de instituições financeiras multilaterais em vez de através de emissões 'sukuk'", lê-se numa nota de análise da S&P.

No comentário sobre o recurso a dívida islâmica ('sukuk') por parte dos países da África subsaariana, a S&P diz que houve apenas 2,5 mil milhões de dólares, cerca de 2,48 milhões de euros, emitidos ao abrigo deste tipo de dívida e vinca que "os países da região têm optado por uma abordagem oportunista ao financiamento islâmico.

Os 'sukuk' são títulos de dívida de orientação islâmica, desenhados de forma a não infringir as regras da religião, que proíbe a obtenção de ganhos financeiros ou juros através de empréstimos, e implicam também uma garantia sobre a dívida, normalmente em forma de um activo tangível.

"Na nossa opinião, o princípio de colateralização de activos nas transacções 'sukuk', juntamente com a necessidade de explorar diversas opções de financiamento para sustentar os grandes investimentos em projectos de infra-estrutura e o pagamento de elevados níveis de dívida relacionada com a pandemia, faz o financiamento islâmico atractivo para os países da África subsaariana", vincam os analistas.

No entanto, acrescentam, os países "têm estado arredados do financiamento islâmico, apesar da ajuda técnica que tem sido dada pelas instituições financeiras multilaterais, o que acentua a necessidade de mais simplicidade e clareza sobre os riscos para os investidores".

Assim, concluem, "o mais provável é que seja dada prioridade ao financiamento concessional ou à redução dos projectos de investimento, para reduzir os custos do serviço da dívida".

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 ago 2022 12:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  21 ago 2022 15:44

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