De acordo com o recente relatório de regulação de 2021, divulgado pela Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, os voos internacionais com destino e partida dos quatro aeroportos do arquipélago movimentaram no ano passado 542.488 passageiros, um aumento de 3,1% face a 2020, mas ainda 70% abaixo do registado em 2019, antes dos efeitos da pandemia de covid-19.
Desse total, a TAP transportou 233.799 passageiros, equivalente a 43,1% do total do movimento nos voos de e para o país em 2021, seguida do operador turístico TUIfly Germany, com 45.029 passageiros (8,3%) e da açoriana Azores Airlines, com 36.778 passageiros (6,8%).
Apesar de ter dominado o mercado do transporte aéreo internacional nacional em 2021 – para a Praia, Sal e São Vicente -, a partir de Lisboa, com um aumento de 88% face a 2020, a TAP movimentou apenas cerca de metade dos passageiros face a 2019, antes dos efeitos da pandemia de covid-19.
A presidente executiva da companhia aérea portuguesa, Christine Ourmières-Widener, visitou Cabo Verde em Março último e anunciou na altura a retoma dos voos da TAP para a Boa Vista no mês seguinte, dois anos após a interrupção devido à pandemia, tendo ainda traçado a meta de transportar 250 mil passageiros no arquipélago este ano.
“É um mercado muito importante para nós, não apenas pelo tamanho, mas também pela ligação e comunidades entre Portugal e Cabo Verde. A importância do mercado não é só pelas receitas, mas também pela importância das ligações económicas entre os dois países”, disse Christine Ourmières-Widener.
A presidente da TAP, que se reuniu em 10 de Março com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, explicou que o mercado do arquipélago tem um peso inferior a 1% do total de receitas da TAP, mas prevê que o nível de passageiros a transportar seja “um pouco melhor” em 2022, subindo para mais de 250 mil.
Acrescentou que, “ouvindo” os apelos locais, a TAP pretendia “aumentar significativamente” a oferta de lugares para Cabo Verde a partir do verão.
Os voos da TAP para a Praia praticamente não chegaram a ser suspensos durante a pandemia de covid-19, tendo a companhia aérea portuguesa retomado progressivamente os voos para São Vicente e Sal, esses afectados pela pandemia, e já este ano para a Boa Vista.
Para a administradora, a TAP “tem provado a dedicação e compromisso que tem com Cabo Verde”, apesar das constantes críticas de passageiros do arquipélago, sobretudo dos preços praticados.
“Primeiro porque foi a única companhia aérea que não parou a operação durante a crise [da pandemia de covid-19, para Cabo Verde]. Acho que é uma prova significativa do nosso compromisso com o país”, concluiu.