“Vamos ter um ponto único, chamada a “Casa do Empreendedor’, onde o interessado faz o primeiro contacto e a partir daí desenvolve todas as iniciativas necessárias para montar um negócio. Isto já está a funcionar na Praia muito bem e queremos trazer a Casa do Empreendedor para todas as ilhas”, prometeu o chefe do Governo, no discurso de abertura da Feira de Oportunidades, que se realizada na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente.
Segundo o primeiro-ministro, a casa faz parte de um conjunto de medidas de apoio ao empreendedor, a que se junta uma linha de credito, lançada no ano passado e disponível este ano, de um total de nove milhões mil milhões de escudos, com a taxa de juro de 3,5%, para micro empresas, economia agrária, pesca semi-industrial e startups .
São um conjunto de condições criadas que de acordo com Correia e Silva irão permitir aos empreendedores avançar cada vez mais, como a criação do primeiro Banco de Empreendedorismo jovem, com capital do Banco Africano de Desenvolvimento e do Estado.
“Haverá condições mais facilitadoras de acesso ao crédito, do que as disponibilizadas pelos outros bancos”, acrescentou Correia e Silva, considerando ser importante no mundo do empreendedorismo, indo ao encontro do lema da feira “Levante-se e crie as próprias oportunidades”.
“Podemos criar todos os mecanismos, todos os incentivos e facilidades, se não houver capacidade empreendedor, de correr riscos, vontade de fazer acontecer, superar obstáculos e em algumas situações haverá insucesso, não desistir e ser perseverante”, incentivou.
O primeiro-ministro desafiou ainda os empreendedores a realizarem as suas próprias actividades, com menos dependência do Estado, órgão que diz ter menos emprego a oferecer na Administração Pública, dizendo que o contributo que o Governo tem dado para esta realidade consiste num “ecossistema favorável”, desde formações para empreendedorismo, kits de início de negócio, financiamento e linhas de crédito.
“Isto existe porque é bonificado pelo Estado, que compensa a diferença entre a taxa de juro do mercado e aquilo que é colocado na linha de crédito, à disposição de micro, pequenas e médias empresas. Quem quer iniciar um negócio tem um problema de alguma dificuldade junto dos bancos, porque não tem capital próprio e para superar isso, criamos um mecanismo de garantia que pode cobrir entre 80% a 100% dos riscos do negócio”, mencionou.
Desta forma, o chefe do Executivo anunciou aos empreendedores locais um cenário favorável ao investimento, afirmando ainda que a ilha de São Vicente será o próximo destino turístico de Cabo Verde com a criação da capacidade de alojamento e de investidores que irão trazer um turismo diferenciado.
Segundo a administradora da Feira Internacional de Cabo Verde (FCI), a feira foi desenvolvida para ser uma porta de oportunidades par aos mais jovens, que necessitam de um estímulo na iniciação da vida económica.
“Neste sentido, a organização criou um gabinete de apoio à gestão e finanças que estará disponível durante todos os dias da feira. Neste gabinete estarão consultores especialistas para apoiar expositores e visitantes que dele necessitam”, frisou a responsável.
Para o presidente da Câmara de Comércio do Barlavento, Jorge Maurício, a iniciativa cria um mercado sazonal para venda directa dos produtos.
“A Feira de oportunidades é na verdade um ensaio estratégico para potenciar as potencialidades em expansão”, sublinhou, dizendo que se trata de uma montra privilegiada para os empresários que disse merecem um tratamento especial.
“Incentivo aos sectores privados, para diversificar a economia, criar as bases laborais e ficais para uma economia digital, consolidar o ambiente concorrencial, relançar o ambiente mecanismos efectivos para combater o sector informal, adaptar a legislação laboral, promover o auto-emprego no micro e pequenas empresas”, enumerou Jorge Maurício.
A terceira edição da “Feira de Oportunidades de Pequenas em Médias Empresas” decorre até sexta-feira, tendo como objectivo promover e destacar o nicho empreendedorismo de forma a proporcionar-lhes oportunidades de expor os seus negócios e escoar stock de mercadorias.
A iniciativa conta com um leque variado de actividades destina-se a formuladores de política e decisores públicos, jovens empreendedores, investigadores e financiadores, universidades, escolas secundárias e o público em geral.