Esta constatação foi confirmada pela Inforpress durante uma ronda pelos diversos estabelecimentos comerciais, desde lojas de brinquedos, de electrodomésticos e supermercados nos diversos pontos do Platô, na Cidade da Praia.
A dona de casa, Lúcia Vieira, reclamou que os preços dos produtos para a ceia estão exagerados em relação ao ano passado, quer em relação a brinquedos quer a nível da alimentação.
Outra entrevistada, Paula Silva, disse ainda não ter feito compras de Natal por ainda não reunir as condições financeiras, mas que está à espera de encontrar algum dinheiro.
Ana Pereira, por sua vez, também reclama do preço exagerado, sobretudo, do bacalhau que compõe a mesa de muitos cabo-verdianos para a ceia de Natal. Cada quilo deste pescado está acima de dois mil escudos.
A mesma acredita que muitas famílias, sobretudo as numerosas, não vão poder fazer a ceia de natal este ano com esses produtos que tradicionalmente compõem a mesa na ceia de Natal. O mesmo entendimento tem Liliane Borges que, por causa disso, disse que não vai conseguir comprar nada para a ceia, muito menos para presentear alguém ou fazer qualquer compra para si.
Pelo que a Inforpress pôde apurar, os frutos secos tiveram também um aumento exponencial. De, em média, 300 a 400 escudos no ano passado, encontram-se agora por 600 a 700 escudos o quilo.
Outros entrevistados, como Alissa Soares, mesmo considerando os preços dos produtos elevados, disse que não lhe resta outra saída senão comprar, ainda que seja o mínimo, para não passar o Natal em branco. A mesma fonte aconselhou os cabo-verdianos a pouparem e a não exagerarem nas compras para que, depois da festa, não fiquem no aperto.
Já em relação às lojas chinesas, que vendem vários produtos que servem tanto para decoração das casas como para presentes, um dos vendedores da loja, que pediu para não ser identificado, assegurou que as pessoas compram os produtos sem nenhuma reclamação e acha que o preço está acessível e tudo está a correr dentro da normalidade.
Apesar da maioria dos entrevistados reclamar do aumento dos preços dos produtos, a Inforpress constatou a movimentação intensa em diversas lojas da Cidade da Praia, sobretudo, nas que vendem produtos alimentícios e de presentes.
A mesma intensidade verificou-se nos bancos comerciais com filas extensas para levantamento de dinheiro e pagamentos antes do Natal.
Segundo dados do INE, os preços dos produtos importados em Cabo Verde aumentaram 3,1 por cento (%) em Março de 2022, um valor superior face ao registado no mesmo mês do ano anterior, com grande impacto no aumento da inflação e dificultando o poder de compra das famílias cabo-verdianas.