O administrador de Suifogo, Manuel Mendes em declaração à Inforpress, disse que a empresa retomou a comercialização de linguiça e bacon na Cidade da Praia depois do entendimento com o Ministério da Agricultura que faz acompanhamento de todo o processo produtivo, desde a criação dos porcos, passando pelo abate e transformação com inspecção regular.
Durante este período, segundo o administrador, a empresa investiu na produção dos próprios animais, o que levou algum tempo para ter animais suficiente, contando neste momento com uma média superior a 250 cabeças entre reprodutoras e porco de engorda para abate, permitindo a substituição à medida que se realiza o abate.
“Temos a produção própria que é acompanhado por técnicos do MAA e não compramos animais vivos ou derivados de outros produtores de suíno desde a celebração do protocolo com o ministério”, disse Manuel Mendes, observado que os seus animais são controlados e acompanhados assim como o processo produtivo e que o ministério emite um certificado de controlo de qualidade ao produto comercializado na Cidade da Praia.
Segundo o mesmo, a autorização é para comercialização apenas no mercado da Cidade da Praia que representa cerca 70 por cento (%) já que o mercado da ilha do Fogo é limitado e não dá margem de crescimento, mas que a partir de agora a empresa aposta numa produção em grande quantidade.
A Suifogo não fazia escoamento de derivados de suíno desde Março de 2019, altura em que o MAA, no quadro da segurança alimentar decidiu proibir a circulação de produtos derivados de suíno entre as ilhas do Fogo e de Santiago, tendo na altura apreendido os produtos que a empresa pretendia enviar para a Cidade da Praia.
O responsável da empresa Suifogo avançou que em relação ao queijo, neste momento, apesar da existência de pastos, há pouca matéria-prima (leite) com reflexo na baixa produção de queijo.
“A produção de queijo está um pouco estranha e é baixa, porque a chuva de Junho desregulou todo o ciclo produtivo dos animais”, disse Manuel Mendes, indicando que habitualmente o período mais baixo era Setembro mas que este ano aconteceu em Dezembro e continua neste momento.
Não obstante a baixa produção, a questão dos transportes, sobretudo marítimo, continua a criar alguns constrangimentos à empresa no escoamento dos produtos, não permitindo a empresa planificar a sua produção.
No dizer do mesmo, com alteração dos horários os produtos chegam à Cidade da Praia no final do dia e terão de ser condicionados no frio para entrega no dia seguinte, representando custos adicionais para a própria empresa.
A instalação de máquina de cura de queijo poderá ajudar a resolver o problema de produção com a capacidade de armazenamento por um período mais longo sem o risco de deterioração.
Duas máquinas de cura de queijo foram instaladas na empresa Suifogo e na Coopap, mas ainda não estão a ser utilizadas, apesar de testadas, porque aguardam pela chegada dos respectivos estantes de inox que por falha não chegaram juntamente com os equipamentos.
As duas máquinas de cura de queijo adquiridas pela câmara e que que representam um investimento de cerca de cinco mil contos foram concedidas às duas unidades semi-industriais existente no município, nomeadamente a Cooperativa de Produtos Agrícolas e Pecuárias (COOPAP) de Cutelo Capado e a Suifogo.