Crédito à economia aumentou mais de 7% num ano

PorExpresso das Ilhas, Lusa,10 fev 2023 15:08

O crédito à economia nacional aumentou mais de 7% num ano, para um recorde de quase 147.813 milhões de escudos até Setembro, segundo dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa.

De acordo com um relatório estatístico deste mês do banco central, o total do crédito à economia cabo-verdiana -- empréstimos bancários e 'stock' de dívida titulada no mercado primário - situava-se no final de 2020 em mais de 131.310 milhões de escudos, enquanto em Dezembro de 2019, antes da pandemia de covid-19, era de 126.437 milhões de escudos.

Em Setembro passado cresceu para quase 147.813 milhões de escudos, um aumento de 7,2% face aos 137.894 milhões de escudos no mesmo mês de 2021.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - sector que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19, tendo lançado desde então várias linhas de crédito com garantia do Estado -- de mais de 4.000 milhões de escudos - para financiar a actividade das empresas, autarquias e famílias.

Essas linhas de crédito, com taxa de juro preferencial até 3% e garantia do Estado até 80%, beneficiaram 633 empresas privadas e "preservaram 13.300 postos de trabalho" durante a pandemia, segundo informação anterior do Ministério das Finanças.

A economia nacional cresceu 7% em 2021, mas devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo reviu a previsão de crescimento para 2022 dos anteriores 6% para 4%, após uma recessão histórica de 14,8% em 2020, devido à pandemia de covid-19. Contudo, nova revisão feita já no final de Dezembro passado subiu essa previsão para mais de 10% de crescimento económico, com a retoma da procura turística.

Entretanto, o Plano de Retoma da economia no pós-pandemia, apresentado no início de 2022, prevê mais 82 milhões de euros de linhas de crédito às empresas, com taxas de juro de até 3,5%, segundo anúncio do Governo.

Este plano governamental prevê, entre várias medidas, que as pequenas empresas obtenham financiamentos individuais de até 25 milhões de escudos, as médias empresas até 50 milhões de escudos e as grandes empresas até 100 milhões de escudos.

Os apoios à retoma da actividade empresarial prevêem a modalidade da suspensão do pagamento de contribuições sociais por seis meses e a "renegociação desses valores ao sétimo mês".

Entre outras medidas, o Plano de Retoma prevê novas linhas de crédito com aval do Estado para apoio à tesouraria das empresas, no valor de 2.700 milhões de escudos, e de 6.300 milhões de escudos para crédito ao investimento das empresas, totalizando 9.000 milhões de escudos de novos financiamentos para 2022.

As novas de linhas de crédito lançadas com o Plano de Retoma prevêem taxas de juro "não superiores a 3,5%", um período de carência de capital e juros de mínimo de seis meses, pagamento do capital em até cinco anos para os financiamentos de apoio à tesouraria e até dez anos para os de investimentos.

Está ainda previsto um programa de assistência técnica às micro, pequenas e médias empresas através deste Plano de Retoma, cuja implementação será acompanhada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento do Sector Privado.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,10 fev 2023 15:08

Editado porAndre Amaral  em  1 nov 2023 23:28

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