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De acordo com o recente relatório Indicadores do Sistema Bancário do Banco de Cabo Verde (BCV), com os principais indicadores financeiros e prudenciais de instituições de Crédito de Autorização Genérica relativos a Dezembro de 2022, os bancos comerciais somaram um resultado líquido positivo de 4.663 milhões de escudos.
Este desempenho compara, segundo o histórico do BCV, com os 3.685 milhões de escudos de lucros no final de 2021 ou com os 349 milhões de escudos contabilizados dez anos antes, em 2012.
O relatório do banco central não apresenta dados individuais, mas no ano anterior (2021), segundo informação compilada pela Lusa, todos os sete bancos comerciais registaram lucros, liderados pelo Banco Comercial do Atlântico (BCA), com um resultado líquido de 1.424 milhões de escudos e pela Caixa Económica de Cabo Verde, detida pelo Estado, com 967,8 milhões de escudos.
Contudo, apenas quatro dos sete bancos comerciais a operar no país declararam então que iriam pagar dividendos aos accionistas, contrariamente ao que aconteceu em 2020 devido às medidas prudenciais adoptadas pelo sector face à crise provocada pela pandemia de covid-19.
Incumprimento caiu para menos de 8%
Ainda segundo os dados avançados pelo BCV, menos de 8% do crédito concedido pelos bancos comerciais cabo-verdianos até Dezembro passado estava em situação de incumprimento, o valor mais baixo em vários anos.
Segundo a Lusa, que cita dados divulgados pelo banco central, com os principais indicadores financeiros e prudenciais de Instituições de Crédito de Autorização Genérica (ICAG) relativos a Dezembro de 2022, os bancos comerciais tinham concedido até então créditos totais de 144.116 milhões de escudos.
Tratou-se de um aumento de 7,8% face ao crédito concedido até Dezembro de 2021, que foi então de 133.686 milhões de escudos, e o valor acumulado mais alto de sempre, segundo o histórico do BCV.
Do crédito concedido até Dezembro, 11.247 milhões de escudos estavam em situação de “incumprimento”, equivalente a 7,8% do total, contra 8,1% do total em Dezembro de 2021 e o pico de 14,3% em 2016.
Ainda em Dezembro passado os bancos consideravam 23.787 milhões de escudos como “crédito em risco”, equivalente a 16,5% do total, que compara com 14,2% em 2021 ou o pico de quase 20% em 2015.
O relatório do BCV refere ainda que até ao final de 2022 créditos no total de 11.540 milhões de escudos tinham sido reestruturados pelos respectivos bancos, renovando máximos de 2021, de 6.947 milhões de escudos, e de 2020, de 8.551 milhões de escudos.
