A informação foi hoje avançada à imprensa, pelo administrador da Agência de Regulação Multissectorial da Economia (ARME), Carlos Ramos, à margem da Feira do Consumidor, para celebrar o Dia Mundial do Consumidor.
Nas suas declarações, Carlos Ramos destacou que a Consumers International escolheu a transição energética como tema deste ano para capacitar os consumidores a utilizar a energia limpa de forma a ter também redução nas suas facturas.
A feira visa também mostrar que com as energias limpas, produzidas internamente, o país reduz significativamente as importações e com que haja maior penetração de energia e da água, permitindo aos consumidores ter melhores serviços e a um custo mais reduzido.
Carlos Ramos incentivou os consumidores a investirem cada vez mais nas energias limpas para que o país tenha menor dependência da energia fóssil e também reduza as facturas energéticas que, no ano passado alta.
“Os aumentos que nós tivemos de petróleo e dos seus derivados, no mês de Março, Abril, Maio e Junho fez com que nós tivéssemos um aumento de custo com a importação em quase 1 milhão de contos a mais. Portanto, se tivéssemos menos dependência energética, com certeza que este 1 milhão de contos seria canalizado internamente e não para fora do país para pagar os produtores de energia fósseis”, disse.
No entanto, no mês de Julho daquele ano, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, anunciou que o governo ia assumir 7$10 por kilowatts da tarifa de electricidade. Esta medida custaria mais 1.080.000 contos até final de 2022.
“5 milhões de contos é o esforço do Estado para mitigar os preços dos produtos energéticos e da aceleração da transição energética com impacto a curto prazo”, frisou o governante durante uma conferência de imprensa
Recorde-se que no passado mês do Janeiro, o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, avançou, no Parlamento, que a inflação provocou, em Cabo Verde, um agravamento dos custos dos produtos energéticos em 2,1 milhões de contos.
Na altura, o Chefe do executivo afirmou que caso as medidas não fossem implementadas pelo Governo, os preços do gás butano, da gasolina, do gasóleo e da eletricidade teriam tido aumentos muito superiores aos registados.
“Sem as medidas, o valor da tarifa de electricidade no 2º escalão, que abrange a maioria dos consumidores domésticos, seria 67% acima do valor antes da guerra. Aumentou 15%. Sem as medidas, a tarifa social de eletricidade teria um aumento de 157%. Não aumentou”, frisou.
De salientar que o Dia do Consumidor é comemorado anualmente a 15 de Março, data em que, em 1962, o antigo presidente norte-americano John F. Kennedy destacou os direitos dos consumidores.