As metas foram avançadas hoje pelo administrador do Instituto do Turismo, Francisco Martins, durante o primeiro ciclo de debate social alargado, realizado no âmbito da preparação do Acordo de Concertação Estratégica 2023/2023.
O responsável, que falava no subtema “diversificação turística”, disse que o objectivo do Governo é aumentar a procura turística no País e de forma mais desconcentrada pelas ilhas, reduzir a dependência dos principais mercados de emissores e operadoras turísticos e melhorar os índices de sustentabilidade do turismo.
Conforme adiantou os indicadores actuais apontam que há problemas que tem contribuído para que o País tenha um produto turístico “pouco qualificado e diversificado”, nomeadamente a insuficiência das infra-estruturas de base, a eficiente da conectividade interna e externa, do modelo de governação, pouca integração do património cultural na oferta turística existente e um marketing pouco eficiente.
“Nós perdemos muito na posição do ranking mundial de competitividade para países como Seicheles e Maurícias porque não estamos a ir a esta questão fulcral que é a identidade cultural para promover e vender o turismo a partir daí. Portanto falta-nos esta parte que temos que trabalhar”, realçou.
“Obviamente também que precisamos de marketing da promoção do destino com presença mais robusta e mais bem trabalhada lá fora para podermos dar maior visibilidade e atrair cada vez mais diversos segmentos do turismo que não seja só sol e praia”, acrescentou.
Neste sentido e para alcançar as metas já preconizadas adiantou que executivo já está a trabalhar na melhoria das infra-estruturas de base, aumento da frequência dos voos externos e internos, na melhoria das condições dos transportes marítimos e terrestres, no reforço da governança nacional e regional e a nível da requalificação do património natural e cultura e sua integração na oferta turística.
A diversificação do mercado é também a ambição do executivo e Francisco Martins adiantou que Cabo Verde está “extremamente dependente” do mercado Europeu para venda de turismo.
“Estamos dependentes de dois grandes operadores (a Tui e o Riu) que fazem operação quase na vertical. Portanto deixa-nos pouca margem (…) aliás o facto de o impacto no país ser diminuta é porque quando só turistas vêm com o pacote ‘tudo incluindo’ a maior parte da receita fica lá, portanto, as receitas ficam a volta e apenas 17 % das receitas aqui no País”, precisou.
O objectivo do executivo é o de ter impacto na competitividade, melhorar a cadeia de valor do turismo, fazer com que a conectividade, o controlo dos preços das passagens aéreas e marítimas e a frequência definida possa resultar na diversificação e sustentabilidade do sector.
“Prevemos que em 2026 cabo verde possa atingir a marca de 1,3 milhões de turismo e fazer com que o impacto, grosso do turismo que vá para Sal e Boa Vista diminui e em contraponto aumentar a frequência para as ilhas Santiago, Fogo, Maio, Santo Antão e Brava, fazendo com que a capacidade de carga que já é excessiva no Sal e na Boa vista diminua”, disse o administrador do Instituto do Turismo, que falou dos diversos projectos e investimentos programados no âmbito da implementação do Plano Operacional dos Turismo (POT).
De acordo com o relatório de Movimentação de Hóspedes em Cabo Verde, em 2022, com as estatísticas do turismo produzidas pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), o número de hóspedes ultrapassou no ano passado o recorde anterior, que foi de 819.308 turistas em 2019, antes da pandemia, e cresceu ainda 394% face aos 169.068 turistas em 2021.