Em declarações à Lusa, a ministra Ana Mendes Godinho explicou que estes novos diplomatas deste “mecanismo novo”, cuja nomeação foi hoje anunciada, terão como papel regular o acesso ao mercado de trabalho português, procurando identificar candidatos adequados às necessidades e pedidos das empresas.
“Acho que pode ser muito importante para fazer a ligação entre as empresas portuguesas ou as empresas que estão em Portugal e as comunidades locais”, procurando uma “aproximação entre as necessidades e as ofertas de emprego e quem está à procura de emprego”, afirmou a ministra, salientando que esta medida regula também a busca de vistos de trabalho em Portugal.
O objectivo é que “as pessoas, de uma forma preventivamente, tenham logo aqui a capacidade de identificar as oportunidades de emprego para garantir que vêm em condições de trabalho digno e que são valorizadas”, afirmou a governante.
Para tal, é necessário “um trabalho articulado com associações empresariais em Portugal e com as empresas que neste momento estão com maior necessidade de recursos humanos para que uma forma estrutural haja esta capacidade de antecipação e de fazer o ‘match’ entre a oferta e a procura de uma forma estruturada”, avisou.
Estes novos adidos diplomáticos terão um papel importante para que exista uma ligação fácil e simples entre as necessidades das empresas e as pessoas que procuram trabalho.
Nos casos de Cabo Verde e Timor-Leste, explicou Ana Mendes Godinho, “o objetivo é também que estes adidos sejam aqui os nossos pontas de lança para investimentos em formação feitos diretamente” em área que interessem, “seja a Portugal seja a Timor, seja a Cabo Verde, para depois fazer o ‘match’ também com as ofertas de emprego para garantir também que as pessoas, desde logo, têm as qualificações e a capacitação que as valorizam depois no mercado de trabalho”.
Falando à Lusa a partir da Nova Zelândia, onde assistiu ao jogo da seleção de futebol feminina no mundial, Ana Mendes Godinho salientou que as negociações quanto à formação estão mais adiantadas com a Praia.
“Estamos neste momento a trabalhar com Cabo Verde, precisamente para concretizar o acordo de formação que assinámos”, procurando “identificar as áreas específicas de formação em que [os dois países] vão investir num trabalho conjunto para garantir que são áreas que interessam a Portugal e a Cabo Verde”, explicou, admitindo que, com Timor-Leste, o processo está mais atrasado, apesar de a adida já ter entrado em funções esta semana.
No caso timorense, o projecto deverá incluir a “dimensão do próprio ensino da língua portuguesa” para “prevenir situações em que as pessoas vêm para Portugal e muitas vezes depois ficam vulneráveis ou frágeis, até porque não têm o domínio do português”, salientou.