Numa ronda feita pela Inforpress ao mercado do Platô, na cidade da Praia, muitas vendedeiras, rabidantes e donas de casa queixaram-se de que as vendas de hortaliças e legumes têm diminuído devido ao aumento do preço desses produtos que são essenciais para a alimentação e saúde de todos.
A mandioca custa, neste momento, 450 escudos 1 quilograma (kg), o tomate e a cebola 360 escudos/cada, batata doce 320 escudos e batata inglesa 300 escudos, abóbora 240 escudos, cenoura 300 escudos, beterraba e vagem 400 escudos/cada, pimentão 340 escudos e couve 400 escudos.
As vendeiras abordadas pela Inforpress disseram que este aumento deve-se à seca e ao mau ano agrícola.
Acredita Lenira Moreno, uma das vendedeiras que labuta há vários anos neste ramo, que muitas vezes também é por causa da escassez desses produtos devido à falta de água para a rega, problemática para a qual os agricultores têm alertado as autoridades já que as suas plantações muitas vezes não conseguem sobreviver por causa da seca.
Neste particular, frisou que quando tem pouca produção desses produtos, o preço tende a aumentar e trazer grande preocupação para todos que laboram nesta área.
Acrescentou também que dependem muito dos produtos vindos da Europa para complementar com o que é abastecido aqui, mas, que quando o navio que traz esses produtos hortícolas demorarem cerca de um ou dois meses, sempre vai ter este disparo no aumento de preço.
De igual modo, a vendedeira Maria Isabel Fernandes disse também que este aumento é devido à falta de água para os agricultores regarem os seus produtos, e que a maioria deles se queixam que a água vendida é por um “preço muito alto” que não chega para a rega.
Avançou que a falta de trabalho e o baixo salário de muitos cabo-verdianos têm afectado o poder de compra de muitos, afiançando que só quem tem posse consegue comprar esses produtos mesmo com este preço elevado, e os que não têm perguntam o preço e depois vão-se embora sem comprar.
Ainda uma outra vendedeira Ana Tavares apontou também a seca como um dos motivos para o aumento do preço dos legumes, assegurando que ao comprarem nos rabidantes ou agricultores lamentam este aumento por falta de água para a rega, mas que só será mais baixa quando esses produtos são produzidos em grande quantidade e quando tem mais água para agricultura.
Para a dona de casa Carla Semedo, mãe de quatro filhos, este aumento tem afectado muito os cabo-verdianos, sobretudo para aqueles que não trabalham e aqueles que têm um salário mínimo como ela.
Disse que sempre que tem este disparo de preços, não compra e nem consegue comer certos legumes e hortaliças, justificando que o seu dinheiro é muito pouco.
Por fim, todos acreditam que dias melhores virão, esperançados que a chuva venha em abundância para diminuir esta seca que tem afectado a população cabo-verdiana sobretudo a agricultura que é um sector essencial para o país.