A previsão foi feita por Ji Xianzheng, secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido como Fórum de Macau.
“Os países lusófonos com certeza também vão formar delegações das instituições de promoção empresarial”, disse o dirigente chinês aos jornalistas.
As Linhas de Acção Governativa de Macau para 2024, divulgadas em Novembro, já tinham referido o regresso do Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa.
A iniciativa vai decorrer no terceiro e último dia da sexta conferência ministerial do Fórum de Macau, que inclui a assinatura do plano de acção do organismo até 2027, documento que foi discutido hoje pelo Secretariado Permanente da instituição.
Após a reunião, Ji Xianzheng disse que o plano vai abranger novas áreas de cooperação, entre as quais a economia digital, o comércio electrónico, o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas.
A realização da sexta conferência ministerial, entre 21 e 23 de Abril, foi anunciada na segunda-feira, mas o secretário-geral garantiu que as preparações “não começaram ontem, começaram há vários meses”.
Ji admitiu que o Fórum de Macau ainda está “a contactar com as capitais dos países lusófonos para recolher informações da formação das delegações”, mas demonstrou confiança na presença de ministros na conferência.
Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial.
Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para Junho de 2020, devido às eleições para a Assembleia Legislativa de Macau, mas com a pandemia da covid-19 acabou por não se realizar.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.
O Secretariado Permanente do Fórum integra três secretários-gerais adjuntos: o timorense Danilo Afonso Henriques (indicado pelos países lusófonos), Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).
O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares (136,1 mil milhões de euros) no ano passado, o valor mais elevado desde que o Fórum de Macau começou a apresentar este tipo de dados oficiais, em 2013.