O rio de lava levou à frente povoações, destruiu campos agrícolas, obrigou à deslocação de mais de 1000 pessoas. Parou setenta e oito dias depois e ainda o magma não tinha arrefecido e já os primeiros habitantes regressavam. Atrás deles vieram os políticos, fizeram promessas, garantiram apoios, comprometeram-se com soluções. Houve eleições, mudanças de governo, confrontos e proibições, levantamento de proibições e esquecimento. Chã das Caldeiras passou a ser tema a evitar. Os políticos desapareceram, ou quando, espaçadamente, por lá passam, fazem-no a medo, porque sabem bem qual é o sentimento da população. A verdade é que quem vive em Chã das Caldeiras já deixou de acreditar.
Também neste número, a entrevista com Daniel Ferreira, Bastonário da Ordem dos Médicos: Motivar os médicos para termos melhor saúde. A celebração dos vinte anos da Ordem dos Médicos Cabo-verdianos cujo ponto alto vai ser a realização do III Congresso Internacional da OMC/VII e o Congresso Médico Nacional que decorrem de 17 a 19 de Janeiro deu o mote a esta entrevista com Bastonário da Ordem. Daniel Silves Ferreira aborda várias questões que inquietam a classe médica, nomeadamente o Estatuto da Carreira que no seu entender não é muito boa porque não motiva os profissionais e anuncia que proximamente a Ordem vai fazer um pronunciamento público a esse respeito. Ferreira faz um balanço positivo dos anos em que está à frente da Ordem destacando a criação dos colégios de especialidade e a regulamentação da especialização. “Durante esse dois anos conseguimos dialogar com a classe médica em praticamente todas as ilhas e conseguimos abrir a Ordem à sociedade”.
O novo código de ética da RTC é outro dos destaques: Direcção e jornalistas não se entendem. O Conselho de Administração da RTC quer que os trabalhadores da empresa passem a se guiar por um código de ética e de conduta interno. A proposta apresentada aos funcionários não agrada a todos e está a suscitar reacções fortes. Entre sugestões de envio do documento a organismos internacionais e recomendações de instauração de providência cautelar, há quem defenda que o documento é necessário precisando apenas de alguns ajustes.
Isenção de vistos adiada para Maio. Governo tinha anunciado que a partir de 1 de Janeiro de 2018 deixaria de cobrar vistos pelas entradas de curta duração (até 30 dias) em Cabo Verde. No entanto, a Polícia de Fronteira continua a cobrar. Nova data surge a pedido dos operadores turísticos, como explicou ao Expresso das Ilhas o ministro Paulo Rocha.
2018: prioridades a Norte: Empresários de Barlavento esperam ano decisivo. Patrões encaram novo ano como fundamental para confirmação do sucesso ou fracasso da estratégia do governo. E o novo ano traz as ambições antigas para o sector privado. A resolução da “esquizofrenia burocrática”, a unificação do mercado nacional e a atribuição aos privados do papel central no desenvolvimento da economia são algumas das prioridades para 2018, estabelecidas pelos empresários da região Norte.
No interior, a opinião de José Almada Dias, 2018, o ano em que o mundo quer visitar Cabo Verde; de César Monteiro, Humbertona: o violão da saudade (parte II); de Manuel Brito-Semedo, Galo já cantâ na baía; e de João Cardoso, Xâxâ gongon.