SNOWBOARDING NO MINDELO

PorExpresso das Ilhas,7 jun 2013 17:08

Foi na Calabria, região do sul da Itália que pela primeira vez fiz snowboard. Meu colega de curso e amigo Pasquale convidou-me para passara as férias de Natal com aoe família e num desses dias subimos as montanhas até uma estância de esqui.

 

Não tendo os equipamentos necessários aluguei uma prancha de snowboard e com o meu amigo subimos no teleférico que nos iria levar no cume da montanha aonde iniciava a pista de esqui.

Descer do teleférico para a pista não foi tarefa suave (como devem imaginar para uma 1ª experiência de crioulinho na neve) tendo tropeçado, rebolado e caído na neve.

Neste artigo inspirado numa apresentação feita na Universidade de Mindelo vou partilhar algumas pistas para que a transição da Academia para as operadoras móveis sobretudo para jovens universitários e empreendedores que alimentam a esperança de vir a trabalhar numa operadora ou fornecer serviços às mesmas, seja muito mais suave que a minha 1ª experiência de snowboarding.

 

REDE CELULAR

Começamos por aquilo que é visível numa operadora móvel, as antenas, que já fazem parte das nossas paisagens urbanas e rurais.

Montar uma antena para além das competências em redes celulares (um tipo específico de redes de telecomunicações) pede também competências a nível da construção civil (pois as antenas têm normalmente pilares) e competências negociais/jurídicas para negociar com os proprietários dos terrenos ou terraços aonde essas antenas irão ficar.

O projecto requer também o planeamento da alimentação eléctrica para a antena pois a rede celular não pode parar.

Sendo um projecto que requer obras, há que haver também uma boa relação com as Câmaras Municipais do local e vizinhos (pelo impacto ambiental).

Em resumo, montar uma antena é gerir um projecto que implica a coordenação com vários actores e competências. Após a montagem e o funcionamento da antena também fica a responsabilidade de se fazer a manutenção que vai desde a limpeza dos equipamentos à manutenção do gerador.

Em resumo, montar uma antena é gerir um projecto que implica a coordenação com vários actores e competências. Após a montagem e o funcionamento da antena também fica a responsabilidade de se fazer a manutenção que vai desde a limpeza dos equipamentos à manutenção do gerador.

CONVERGÊNCIA DIGITAL

Para fornecer serviços às operadoras móveis ou mesmo trabalhar nelas temos que estar bem conscientes que as operadoras hoje em dia já não são somente uma empresa de telecomunicações (ultrapassaram essa fronteira). Hoje em dia as operadoras móveis actuam num mundo de convergência, aonde pelo menos 5 grandes indústrias, a dos Média (TV, Rádio …), a da Internet (redes sociais, e-commerce …), a do mobile, a financeira (mobile payment, mobile banking …) e a de advertisement (publicidade) convergem.

Começamos com os Média. Se antes a TV e a rádio nos chegavam somente pelos nossos aparelhos em casa, hoje a TV e a rádio nos chegam da Internet e também do telemóvel. Todos os dias vemos nas nossas TVs shows televisivos que pedem mais interacção com o público seja através de Internet (os programas disponibilizam emails para contacto por exemplo), mas também a partir de mensagens SMS.

O “advertisement (publicidade)” das TVs e rádios é que garantem o sustento comercial dos Média.

Se antes se fazia só na forma tradicional (spot TV ou rádio), agora as mensagens SMS interactivas constituem boas fontes de dinheiro para os Média, assim como os banners e outros conteúdos vendidos nos websites dos mesmos, isso é a indústria da publicidade em acção.

Ora, no nosso telemóvel temos crédito (dinheiro) e ao usarmos o nosso crédito a partir de mensagens SMS para interagir num programa TV na verdade o que estamos a fazer é uma transferência financeira do nosso crédito para o provedor TV usando a rede móvel.

Compreender a convergência digital entre essas 5 maiores indústrias (Média, Internet, Mobile, Finanças e Advertisement) é crucial para quem aspira trabalhar na área ou fornecer serviços/produtos.

Do ponto de vista das operadoras móveis elas deixaram de ser empresas de telecomunicações para serem verdadeiros prestadores de serviços no centro da convergência digital.

Hoje existem operadoras que fornecem serviços de transferência de dinheiro (mobile transfer) ou fornecem soluções de pagamentos com o telemóvel (isso é indústria financeira).

Todos os dias, como clientes das operadoras móveis recebemos mensagens com promoções, pacotes ou novos tarifários (publicidade) assim como nos nossos smartphones temos apps (aplicações nos telemóveis) que na sua maioria na sua versão grátis mostram publicidade no nosso telemóvel tipo rodapé que aparece nos ecrãs da TV.

Cabo Verde passou de uns escassos 20 mil assinantes de serviços de Internet para um universo de 200 mil assinantes graças à tecnologia móvel de internet 3G, e várias oportunidades de uso de Internet como o e-commerce começam a ganhar força e gerar oportunidades (por exemplo o “Balcão Virtual” da Câmara da Praia).

É normal, que as operadoras forneçam para além dos serviços de voz e internet sejam também fornecedoras de serviços de TV (Média).

As oportunidades para empresas fornecedoras e jovens é ganharem competências no centro de convergência digital.

É preciso saber vender Mais de 65% dos trabalhadores e colaboradores dos gigantes “tecnológicos” como a Microsoft, a Cisco são comerciais e da área de marketing. As operadoras móveis não fogem à regra e já hoje existe uma predominância de pelo menos 50% dos trabalhadores na área comercial.

 

 “É PRECISO SABER VENDER.”

Temos ainda muitas lacunas sobretudo nos curricula universitários em que as pessoas saem sem ao menos fazer um curso de técnicas de vendas e de comunicação. As competências de vendas e comunicacionais servem a todos (desde o engenheiro, o economista, o arquitecto, etc).

Ainda, culturalmente temos alguma resistência às vendas e vos podia citar vários exemplos de pessoas que pensam e dizem: “não dei licenciatura ao meu filho para ir vender”.

Todos nós estamos na área de vendas desde o negociar com a esposa ou namorada para cancelar momentos a sós para ir ver o Benfica jogar até o convencer os pais que ter um computador é essencial para os meus estudos.

Sem entrar em muitas justificações e filosofias sobre a importância de saber vender só preciso sublinhar que o rico é rico porque vende.

Então, saber vender cria muitas oportunidades na vida das pessoas. Competências várias desde a engenharia, a arquitectura e a advocacia têm mais oportunidades se conseguirem adquirir competências comerciais.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas,7 jun 2013 17:08

Editado porAntónio Monteiro  em  14 jun 2013 18:15

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