Chromecast, uma forma simples e barata de ver vídeos da Net na TV

PorExpresso das Ilhas,9 ago 2013 15:28

A Google surpreendeu tudo e todos ao lançar, na passada quarta-feira, um dispositivo HDMI, o Chromecast, que permite transformar qualquer televisão que tenha este tipo de ligação numa Smart TV. Ao usar a tecnologia sem fios, é possível levar toda a experiência Google e Chrome para o ecrã da televisão.

 

Já ouviu o velho ditado, “a informação quer ser livre?” Bem, aqui está um corolário: “a televisão quer ser à la carte”. Antes de avançarmos, vejamos o exemplo da loja iTunes e da revolução que provocou. No instante em que alguém ofereceu a oportunidade de comprar músicas individualmente, o mundo mudou para sempre. Dissemos olá à música à la carte e adeus às empresas de discos.

Agora é a vez da televisão por cabo. O número de pessoas que cancelaram o serviço e passaram a obter toda a sua TV a partir da Internet ainda é pequeno - talvez um por cento, mas as alternativas on-line para televisão estão a crescer. E assim que for mais simples e mais fácil transportar o vídeo na Internet, dos nossos computadores e telemóveis, para a televisão real, bem, nesse dia o termo “drama de TV” terá um significado totalmente novo.

Na verdade, isso já está a acontecer. O Chromecast, o novo aparelho do Google, é a maneira menor, mais barata e mais simples de levar a Internet para a televisão. O dispositivo, como se vê nas fotos, parece um PenDrive com um bocadinho mais de corpo e custa 35 dólares, cerca de 3.000$00 ECV. Sim, três contos, não é um erro de digitação.

Segundo o site TecMundo, através da ligação por HDMI, este aparelho é capaz de transformar qualquer televisão numa smart tv (televisão inteligente), onde o utilizador pode assistir, em poucos segundos, a vídeos em alta definição, conteúdos diversos ou mesmo ouvir músicas. Os conteúdos presentes neste periférico são armazenados em nuvem, o que facilita a gestão de várias funções em simultâneo. E por meio de WiFi o Chromecast consegue também estabelecer ligação com outro tipo de equipamentos, como é o caso de smartphones, tablets e computadores.

Como é que funciona? Se tiver uma rede sem fio (WiFi) em casa, o Chromecast pode executar duas manobras úteis.

Manobra 1: Permite-lhe ver vídeos do YouTube, Netflix e Google Play (filmes Google e séries de TV para aparelhos Android) no ecrã grande. O utilizador usa o seu móvel ou tablet (Apple ou Android), como um controlo remoto.

Manobra 2: O Chromecast exibe sites da Internet na televisão transmitindo a partir do navegador Chrome, do Google, no seu Mac ou PC.

Os vídeos promocionais do Google são uma espécie de fantasia para os que não gostam de esforço: uma mão desliza o Chromecast para o conector HDMI, na parte de trás da televisão, que faz um clique como uma chave numa fechadura. E, de repente, tudo de bom que há na Internet passa a ser visível na televisão para o êxtase de todos os que assistem ao ‘milagre’, enquanto a música do Zorba o Grego toca em fundo [o vídeo pode ser visto aqui: www.youtube.com/ watch?v=D7orKtL67L0, disponibilizado também em: expressodasilhas. publ.cv].

O vídeo deixa de fora o facto de que o Chromecast requer energia. Você pode ligá-lo a uma tomada ou uma entrada USB na própria TV, mas de qualquer forma, o resultado não é tão linear como os anúncios fazem parecer. Mesmo assim, US $35, lembra-se? Depois é preciso baixar um programa de instalação, ligá-lo à sua rede WiFi, atribuir o nome do seu Chromecast e já está. O processo de instalação todo leva cerca de cinco minutos e até uma criança consegue fazê-lo. (Os adultos podem precisar de um tempo ligeiramente mais longo).

Para executar a Manobra 1, primeiro, abre-se o aplicativo do YouTube, Netflix ou Google Play no móvel ou tablet. Depois procura-se um vídeo para ver. Um ícone especial aparece na borda do ecrã sensível ao toque, semelhante a um rectângulo com o símbolo do WiFi. Para ver esse vídeo na televisão, pressiona-se o ícone e escolhe-se o nome que demos antes ao Chromecast.

Na verdade, o telemóvel (ou o tablet) não está realmente a transmitir nada. O Chromecast recebe o vídeo directamente da Internet. O telemóvel ou tablet serve apenas para encontrar o filme e controlar a sua reprodução. Até o volume pode ser ajustado através das teclas do telemóvel que usamos para adaptar o tom durante qualquer conversa.

A boa notícia é que podemos continuar a fazer outras coisas no telemóvel ou tablet durante a reprodução, como trabalhar noutro aplicativo ou até mesmo desligar o aparelho. A má notícia é que o telemóvel/tablet é o único controlo remoto que temos. Ou seja, se quisermos fazer uma pausa, retroceder ou silenciar o vídeo, primeiro temos de encontrar o telemóvel/tablet, ligá-lo, digitar a senha se necessário, e, finalmente, reabrir o aplicativo que estávamos a usar. Parece ser um bocadinho trabalhoso, mas sempre são só 35 dólares, ok?

Nos dispositivos que usam o sistema Android, o botão de pausa aparece logo no ecrã, não é necessário desbloquear o aparelho e reabrir o aplicativo.

De qualquer forma, dizem os analistas norte-americanos, tudo isto se consegue sem grande esforço e é excelente. Mesmo quem já tem acesso ao Netflix e ao YouTube na televisão, através da Xbox, TiVo ou do leitor de Blu-ray, pode preferir o Chromecast, onde é muito mais fácil procurar por vídeos por causa do teclado que aparece no ecrã e pelo comando que pode ser dado por voz. Vários vídeos podem também ser programados para passarem em sequência. Isso é especialmente útil para os vídeos do YouTube, que não são exactamente, como sabemos, épicos em termos de duração.

Por outro lado, para aqueles para quem a Netflix e YouTube não são grande coisa, convém recordar que outras companhias, como Apple TV e Roku, pode trazer muitos outros serviços, pagos e gratuitos, da Internet para a televisão, como o iTunes vídeo, Amazon Prime vídeo, HBO Go, Hulu Plus, Vudu, Vimeo, Spotify, Flickr, ESPN, etc. Aliás, o Google já disse que mais serviços estão a caminho.

Além disso, já não é preciso perder o sono com a espera, graças à Manobra 2: a capacidade de transmitir páginas da Web para a TV a partir do Mac ou do PC. Basta ir ao navegador Chrome, abrir o site que deseja e clicar no ícone Chromecast na barra de ferramentas. A página da Net aparece então na televisão, completa, com os vídeos que quisermos ver.

Apesar desses serviços de Internet tentarem manter os seus vídeos confinados aos ecrãs de computador, o Chromecast adapta-os para a tela da televisão. Com uma excepção: o Chromecast não gosta do formato QuickTime. Envia apenas o vídeo, mas o áudio não.

A Manobra 2, infelizmente, não é tão refinada ou bem sucedida como a Manobra 1. Desta vez, estamos realmente a enviar áudio e vídeo do computador através do ar. Por isso não funciona bem se não tivermos um computador de alta potência e uma rede rápida e organizada de WiFi. E mesmo assim há um segundo de atraso entre o computador e a reprodução na televisão.

O vídeo nem sempre parece tão nítido como acontece durante a Manobra 1, e algumas pessoas experimentaram paragens ocasionais ou falhas de áudio.

Muitos analistas estão a afirmar que o Chromecast é a resposta da Google à Apple TV, Roku 3 e Plair, que são caixas de plástico compactas que também trazem vídeos da Internet para a TV em alta definição, mas que custam US $ 100.

A verdade é que a comparação não é muito apropriada. Esses aparelhos são bem mais ambiciosos. Têm os seus próprios controlos remotos e os menus na tela, ou seja, podem ser usados mesmo por quem não possui um telemóvel ou um computador. Além disso, usam muitos mais serviços de Internet. A Apple TV também pode exibir fotos e vídeos a partir do iPhone ou do iPad. A Apple TV também pode projectar qualquer coisa do ecrã de um Mac e não apenas páginas da Net.

E é claro que a Apple TV trabalha principalmente com produtos Apple. Não funciona com Windows e Android, pelo menos, não funciona sem acrescentos de software e um pouco de tolerância. Nesse contexto, o Chromecast é um pouco mais flexível.

E sempre custa apenas 35 dólares.

Tanto as lojas físicas, como as lojas online nos Estados Unidos da América, registaram uma corrida ao Chromecast e lojas, como o Best Buy, Amazon e Google Play ficaram sem um único dispositivo em stock, apenas dois dias depois de ter sido lançado.

Entretanto a Google já anunciou que um próximo lote do produto deverá chegar às lojas ainda esta semana. Não há previsão de lançamento do Chromecast fora dos Estados Unidos.

 

JÁ SAIU A PRIMEIRA ACTUALIZAÇÃO

Apesar do acessório não ter ainda uma semana de vendas, já ganhou a primeira actualização: a build 12840. De acordo com uma publicação oficial, o pacote de conteúdo melhora vários aspectos de segurança e desempenho do aparelho, além de corrigir alguns bugs que escaparam e permaneceram na versão de lançamento.

A actualização será disponibilizada nos próximos dias para todos os dispositivos e não exige nenhum esforço do dono: basta manter o Chromecast ligado à internet para que os novos dados sejam baixados e instalados automaticamente.

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Autoria:Expresso das Ilhas,9 ago 2013 15:28

Editado porExpresso das Ilhas  em  31 dez 1969 23:00

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