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Negócio de 2730 milhões de euros só deverá ficar fechado no próximo ano.
A Nokia vendeu a Here, a sua divisão de negócios dos mapas e serviços de geolocalização, a um consórcio automóvel alemão que inclui as marcas Audi, BMW e Mercedes, confirmou o trio na passada segunda-feira. Segundo fontes próximas do negócio, citadas pela imprensa, a Here foi vendida por 3000 milhões de dólares (2730 milhões de euros), num passo para integrar serviços digitais nas viaturas e torná-las autónomas.
Os grupos Audi AG, BMW e Daimler AG, que integra a Mercedes, vão deter uma quota igualitária da Here, sem que nenhum deles se torne sócio maioritário. Segundo uma notícia avançada recentemente pelo Wall Street Journal, o trio estará a pensar convidar outros fabricantes de automóveis a entrarem também no negócio Here, mas esse dado ainda não foi oficialmente confirmado.
Antes de ser anunciado que o consórcio seria o vencedor na corrida à Here, a imprensa indicava ainda como possíveis interessados o motor de busca chinês Baidu ou a Uber.
O negócio agora alcançado deverá ficar fechado no primeiro trimestre de 2016. Para já, as três marcas vão trabalhar para tirar o maior proveito da sua aquisição, que lhes irá permitir ter um sistema de mapeamento inteligente com base no qual os carros sem condutor ligados a redes sem fios podem desempenhar funções como recalcular uma rota se houver congestionamento de trânsito ou um acidente.
Segundo uma estimativa de analistas da Exane BNP Paribas, citados pela Reuters, as viaturas autónomas e com serviços wireless integrados deverão tornar-se um mercado de 50 mil milhões de dólares (45.500 milhões de euros).
Na nota revelada esta segunda-feira, o trio de fabricantes automóvel sublinha a importância da aquisição da Here na preparação do futuro da indústria. “A Here está a lançar as bases para a próxima geração de serviços baseados em localização e mobilidade. Para a indústria automóvel esta é a base para os novos sistemas de assistência e de condução em última análise, totalmente autónoma. Mapas digitais extremamente precisos serão utilizados em combinação com dados do veículo em tempo real, a fim de aumentar a segurança rodoviária e facilitar novos produtos e serviços inovadores”.
Com a venda deste negócio, a Nokia perde o seu único sistema de mapeamento, mas por outro lado passa a concentrar todas as suas atenções na compra da multinacional franco-americana Alcatel Lucent, numa operação de 15.600 milhões de euros que dará origem à Nokia Corporation, um dos maiores operadores mundiais na área das infra-estruturas de telecomunicações.
Por sua vez, a Daimler, a BMW e a Audi tentam garantir que os seus potenciais clientes não procurem alternativas de transporte noutras marcas com sistemas integrados criados pela Google ou Apple, consideradas as grandes rivais de alta tecnologia neste mercado.
