Grande parte do continente encontrar-se-á submersa; a Nova Zelândia é uma das poucas partes à superfície que pertencerá a esta massa continental.
A história é parecida com a da Atlântida: um continente perdido debaixo de água. Segundo publico.pt, a diferença é que este é real e tem o nome de Zelândia. O novo continente foi descoberto na zona Sudoeste do oceano Pacífico e tem 4,9 milhões de quilómetros quadrados. Num novo estudo da crosta terrestre, publicado há quatro dias no site da Sociedade Geológica da América (GSA), foi divulgada a existência de uma zona de crosta continental não fragmentada, com critérios que permitem que lhe seja atribuído o estatuto de continente.
O continente encontra-se 94% submerso e a Nova Zelândia corresponde aos picos mais altos deste continente, sendo uma das poucas partes que não se encontra submersa. Desta massa de terra também faz parte a Nova Caledónia e outros grupos de ilhas mais pequenos.
A existência deste continente já tinha sido proposta em 1995, por Bruce Luyendyk, ainda que, na altura, se pensasse estar-se na presença de vários fragmentos de crosta continental. “Esta não é uma descoberta súbita, mas uma percepção gradual” – escrevem os investigadores no artigo, acrescentando que há dez anos não teriam nem os dados nem a confiança necessários para publicar um trabalho sobre o tema.
Nas conclusões do estudo, é assegurado que a Zelândia não é um conjunto de fragmentos continentais mas sim de um só continente. “Que um continente possa estar tão submerso e, ainda assim, não estar fragmentado” torna-o muito útil no estudo das crostas continentais, lê-se no artigo.
Exceptuando a visibilidade, a Zelândia terá todas as características que permitem que seja considerada um continente: mais elevada relativamente à crosta oceânica, geologia distinta, uma área bem definida e uma crosta mais grossa e menos densa do que a crosta oceânica. De acordo com o estudo, a Zelândia passa agora a ser o continente mais recente e mais submerso de todos os conhecidos.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 795 de 22 de Fevereiro de 2017.