Três investigadores americanos foram distinguidos segunda-feira com o Nobel de Medicina pelo seu estudo sobre os mecanismos moleculares que determinam os nossos ritmos biológicos.
O prémio Nobel da Medicina foi atribuído esta segunda-feira aos investigadores Jeferry C. Hall, Miichael Rosbash e Michael W. Young por descobertas relativas aos mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano.
“As descobertas efectuadas revelam como as plantas, os animais e os humanos adapatam os seus ritmos biológicos de forma a estarem sincronizados com o movimento da Terra”, lê-se no comunicado, divulgado em Estocolmo, que anunciou a atribuição.
O Prémio Nobel de Medicina é o primeiro a ser anunciado em cada ano.
O texto do comunicado do Comité Nobel explica que “a vida na Terra está adaptada à rotação do nosso planeta. Há muitos anos que sabemos estarem os organismos vivos, inclusive os humanos, dotados de um relógio interno, biológico, que os ajuda a antecipar e adaptar ao ritmo regular de cada dia. Mas como funciona este relógio? Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael w. Young foram capazes de descortinar nos nossos relógios biológicos e explicar como estes funcionam. As suas descobertas elucidam como as plantas, animais e seres humanos adaptam os respectivos ritmos biológicos de forma a estarem sincronizados com os movimentos de rotação” do planeta.
O Comité Nobel explica no texto a justificar a atribuição do Prémio em 2017 que “com extraordinária precisão, os nossos relógios internos adaptam a nossa fisiologia às tremendamente diferentes fases do dia [24 horas]. Estes relógios regulam funções essenciais como o comportamento, o nível de hormonas, o sono, a temperatura do corpo e seu metabolismo. O nosso bem-estar é afetado quando se verifica um desajustamento temporário entre o ambiente externo e este relógio interno”. O Comité Nobel refere como exemplo a situação de se atravessarem diferentes fusos horários e vive a experiência de “jet leg”.
Jeffrey C. Hall e Michael Rosbash foram professores na Universidade Brandeis, em Boston, e Michael Young na Universidade Rockfeller, em Nova Iorque.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 827 de 04 de Outubro de 2017.