Reduzir o consumo calórico em 15% pode ser um dos segredos da longevidade

PorExpresso das Ilhas,3 abr 2018 7:24

​Os organismos que consomem energia de forma mais eficiente são os que vivem mais. Um estudo revela que uma redução calórica de 15% ajuda a travar o envelhecimento e a proteger os humanos de doenças que surgem com a idade, muitas delas relacionadas com elevados níveis de stress oxidativo.

Já se sabia que a redução do consumo de calorias em alguns animais conduzia a uma maior longevidade, mas não se sabia até que ponto é que o mesmo se aplicava a humanos. Agora, escreve o jornal Público, um novo estudo mostra que uma redução de 15% das calorias consumidas ao longo de dois anos desacelera o processo metabólico que conduz ao envelhecimento e reduz também a probabilidade de doenças relacionadas com elevados níveis de stress oxidativo, como a diabetes, o Alzheimer, ou o cancro. O estudo em que são apresentados estes resultados foi publicado quinta-feira última na revista científica Cell Metabolism.

“Reduzir as calorias pode retardar o metabolismo basal [a quantidade mínima de calorias necessária para manter as funções vitais] e, se os derivados do metabolismo aceleram o processo de envelhecimento, então a redução de calorias ao longo de vários anos pode ajudar a diminuir o risco de doenças crónicas e prolongar a vida”, disse a investigadora que coordenou o estudo, Leanne M. Redman, que é também professora no Pennington Biomedical Research, no estado norte-americano do Luisiana.

Segundo o estudo, uma maior longevidade está associada “àqueles que utilizam a sua energia de forma mais eficiente”. O estudo combina duas teorias associadas à longevidade: uma taxa de metabolismo mais baixa e a redução dos níveis de stress oxidativo –? este tipo de stress é um dos factores que promovem o envelhecimento celular, e é causado pela acumulação progressiva de radicais livres, formados durante o processo metabólico, por exemplo.

Este estudo é importante por ter sido o primeiro a ser feito em humanos, com base em ensaios clínicos em indivíduos aleatórios. Já se tinham verificado resultados semelhantes em animais: em 2015, uma equipa de neurocientistas da Universidade de Coimbra descobriu que a redução de 20% a 40% das calorias ingeridas por ratinhos (sem causar subnutrição) ajudava não só a atrasar o envelhecimento mas também a prolongar as suas vidas. Além dos ratos, já tinham sido feitos estudos do género nos vermes Caenorhabditis elegans e em moscas, com resultados semelhantes. Com algumas excepções: os resultados de uma investigação com mais de 20 anos em macacos rhesus, divulgados em 2012, contrariavam essa tendência.

Num outro estudo feito pela organização britânica Cancer Reasearch UK divulgado sexta-feira passada, é revelado que um terço dos casos de cancro no Reino Unido poderia ter sido evitado — e refere que o excesso de peso é uma das principais causas da ocorrência de cancro, em 6,3% dos casos.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 852 de 28 de Março de 2018.

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Autoria:Expresso das Ilhas,3 abr 2018 7:24

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  3 abr 2018 7:24

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