A agência espacial japonesa (JAXA) já confirmou. No passado sábado, a sua sonda Hayabusa 2depositou dois robôs na superfície do asteróide Ryugu, um corpo rochoso que que tem pouco menos de um quilómetro de diâmetro e está a cerca de 300 milhões de quilómetros da Terra.
A Hayabusa 2 saiu da terra em finais de 2014 e está estacionada na órbita de Ryugu desde Junho, a uns 20 quilómetros do asteroide. Na sexta-feira, os técnicos fizeram com se aproximasse, ficando apenas a 50 metros da superfície do corpo rochoso. Soltou os rovers em queda livre e voltou a subir. Os aparelhos não precisam de paraquedas nem de sistema de travagem, porque, como explica o El País, Ryugu tem uma gravidade tão débil que levaram 15 minutos a percorrer os 50 metros.
“Os dois rovers estão em boas condições e a transmitir imagens e dados”, disse a JAXA, citada pela CNN.
Os rovers são conhecidos colectivamente como MINERVA-II1, e esta é o “primeiro robô de exploração móvel do mundo a pousar na superfície de um asteróide.”
Os rovers têm a forma de latas de conserva e cada um pesa aproximadamente um quilo. Eles não têm rodas ou pernas, mas podem-se mover (por isso se qualificam de rovers), saltitando devido à baixa gravidade (60 mil vezes mais fraca do que o campo gravitacional da Terra). Estão cobertos de células fotoeléctricas para alimentar os seus sensores de temperatura e câmaras.
As imagens captadas têm sido divulgadas pela agência japonesa nas redes sociais.
A Hayabusa 2 carrega ainda mais três rovers que deverá desprender nas próximas semanas. De acordo com o El País, o maior, de construção alemã, tem equipamentos para analisar a composição química do solo. As amostras e os dados recolhidos poderão ser úteis no estudo da origem e evolução do nosso sistema solar.
Se tudo correr bem, a Hayabusa 2 deverá chegar à Terra em 2020 (de acordo com o El País), ou 2023 (segundo a CNN) carregando também amostras, e cairá de paraquedas nos desertos da Austrália.
O Público, entretanto, relembra que a Agência Espacial Europeia (ESA) já tinha conseguido, em 2014, aterrar uma sonda no cometa gelado 67P/Churiumov-Gerasimenko. Mas esta é a primeira vez que um robô de exploração espacial aterra na superfície de um asteroide, que tem uma composição diferente dos cometas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 878 de 26 de Setembro de 2018.