Os robôs que fazem companhia aos mais velhos

PorExpresso das Ilhas,23 out 2018 6:55

​O envelhecimento populacional coloca desafios económicos e sociais à Europa. Como cuidar de uma população cada vez mais idosa? A solução pode estar nos robôs.

Garantir um envelhecimento saudável e acompanhadoé uma das preocupações do continente europeue issotambém se vênas propostas apresentadas nesta sexta edição da Maker Faire,uma feira internacional de inovação que o jornal Público acompanhou em Roma.

Neste evento,multiplicam-se os protótipos de sistemas de inteligência artificial que vão desde pulseiras para idosos a robôs inteligentes e de aparência humana. Os projectos apresentados são capazes de responder não só às interacções sociais, como também se propõem a operar em níveis mais complexos,procurando criar estímulos cognitivos que atrasem os efeitos de doenças como a Alzheimer, por exemplo.

É esse o caso dos robôs desenvolvidos pelo Departamento de Engenharia Eléctrica e Tecnologia de Informação da Universidade de Nápoles.

Ao contrário de outros assistentes virtuais como a Siri, da Apple, ou a Alexa, da Amazon, estes robôs “dispensam as frases estáticas”, explica uma das investigadoras que está a trabalhar nestes assistentes tecnológicos.

Os robôs reagem à linguagem não-verbal expressa através de expressões faciais. “Conseguimos treinar isso através de algoritmos. Podemos mostrar aos robôs centenas de imagens de pessoas a sorrir ou de pessoas a chorar e determinar uma reacção para cada uma delas”, explica Martina Rocco, citada pelo Público na sua edição de 13 de Outubro.

Além das competências mais sociais, estes robôs podem responder rapidamente a uma eventual emergência de saúde da pessoa a quem prestam assistência, fazendo uma chamada para os serviços de assistência se lhes for pedida ajuda.


“Robôs não são a solução para a solidão”

“Não acredito que a robótica seja a solução para a solidão dos idosos. Não podemos simplesmente ter alguém a dizer ‘a minha mãe é idosa e vive sozinha, vou-lhe comprar um robô’. A interacção humana deve ser a escolha prioritária. Não vejo os robôs como substitutos dos humanos, mas como complementos”, refere Martina Rocco. No entanto, os robôs podem ajudar.

É o caso do Stevie. Criado no Laboratório de Inovação Robótica da Universidade de Trinity, em Dublin, este robô é capaz de ler expressões faciais e retribuí-las através do ecrã. Alternando a posição das sobrancelhas e com um sorriso feliz e triste, o Stevie vai interagindo com os humanos. “Acreditamos que a tecnologia como o Stevie pode ter um impacto gigante nas gerações mais velhas, que vivem isoladas, onde o número de assistentes não é suficiente”, explica director do laboratório irlandês, Conor L. McGinn. “Mas também vemos potencialidade em gerações mais novas, em áreas como a educação. As crianças adoram este robô. Este tipo de tecnologia é incrível porque nos permite adaptar a muitos objectivos.”

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 881 de 17 de Outubro de 2018.

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Autoria:Expresso das Ilhas,23 out 2018 6:55

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  23 out 2018 6:55

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