Milhares de empregados da Google exigem fim de cultura que protege quem assedia

PorExpresso das Ilhas, Lusa,2 nov 2018 7:32

Milhares de empregados da gigante tecnológica norte-americana Google protestaram hoje em todo o mundo, numa ação coordenada, contra o que classificam como uma cultura que "protege" os autores de assédio sexual na empresa.

Este movimento social, o primeiro desta dimensão dentro da empresa considerada um símbolo de modernidade, foi organizado após o diário The New York Times ter noticiado, na semana passada, que a Google abafou nos últimos anos uma série de casos de assédio sexual envolvendo altos responsáveis. 

De entre esses casos, destaca-se o de Andy Rubin, cofundador do sistema operativo de telemóveis Android, obrigado pela administração a abandonar a Google em 2014, mas que recebeu uma indemnização de cerca de 90 milhões de dólares.

Os organizadores do protesto apelaram aos cerca de 90.000 funcionários da Google em todo o mundo para interromperem o trabalho durante uns minutos e saírem à rua às 11:00 do respectivo fuso horário.  

A ação reivindicativa iniciou-se nos edifícios que a companhia tem em cidades asiáticas como Singapura e Tóquio, estendeu-se pela Europa, em centros como Londres, Dublin, Berlim e Zurique, e finalmente chegou aos Estados Unidos, com manifestações em Nova Iorque, Chicago e vários pontos da Califórnia, como Mountain View (sede da empresa), San Francisco, Sunnyvale e San Bruno.

Horas mais tarde, o director-geral da Google, Sundar Pichai, que participava numa conferência em Nova Iorque, mostrou-se solidário com "a indignação e a frustração que há na empresa" e disse que são partilhadas por todos os empregados, incluindo ele mesmo. 

"Momentos como este mostram que nem sempre entendemos bem [como lidar com casos de assédio sexual], mas estamos empenhados em fazê-lo melhor", declarou Pichai, assegurando que a Google "evoluiu como empresa" desde 2014.

Nesta acção à escala mundial, os funcionários exigiram o "fim da arbitragem forçada em casos de assédio e de discriminação para todos os funcionários actuais e futuros", bem como um "compromisso para acabar com a desigualdade de salários e de oportunidades" e "um relatório transparente sobre assédio sexual" na empresa.

Reivindicaram ainda "um processo claro, uniforme e inclusivo para que as vítimas de assédio sexual possam queixar-se de forma segura e anónima", uma "promoção do responsável pelo departamento de Diversidade para que possa fazer recomendações directamente ao Conselho de Administração" sobre questões de desigualdade e a eleição de um representante dos funcionários para administrador.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,2 nov 2018 7:32

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 nov 2018 7:32

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