Descoberto o planeta mais longínquo dentro do sistema solar

PorExpresso das Ilhas,25 dez 2018 6:24

Imagem do planeta anão captada pelo telescópio japonês Subaru, no Havaí.
Imagem do planeta anão captada pelo telescópio japonês Subaru, no Havaí.

Novo corpo celeste poderá esclarecer se há uma superterra além de Plutão.

Uma equipa de astrónomos descobriu o objeto mais longínquo alguma vez detectado dentro do Sistema Solar. Trata-se de um planeta anão que é o primeiro a ser observado a mais de 100 vezes a distância entre o Sol e a Terra. Se a média de separação entre estes dois corpos é de 150 milhões de quilómetros – uma unidade astronómica (UA) –, o novo objecto está 120 vezes mais distante, a 18 bilhões de quilómetros. Até agora, o objecto mais longínquo conhecido era Eris, a 96 UAs, muito mais distante que Plutão, a 39,5.

O Centro de Planetas Menores da União Astronómica Internacional anunciou nesta segunda-feira, segundo o El País/Brasil, a existência desse corpo. Seu nome oficial é difícil de recordar – 2018 VG18 –, mas seus descobridores o apelidaram de Farout, que em inglês significa tanto distante como excêntrico, duas características desse objeto nos limites do Sistema Solar.

De acordo com a mesma fonte, os norte-americanos Scott Sheppard, do Instituto Carnegie, David Tholen, da Universidade do Havaí, e Chad Trujillo, da Universidade do Norte do Arizona, descobriram o novo planeta por acaso. O que realmente procuravam é um planeta várias vezes maior que a Terra, que seria o nono conhecido, depois de Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Embora por enquanto não tenha sido possível observar esse planeta X, a equipe de astrónomos acredita que ele exista, pela suposta influência que sua gravidade exerce sobre outros corpos de menor tamanho, como o Duende, um planeta anão a 80 unidades astronómicas, descoberto em Outubro passado.

No mês de Novembro, o telescópio japonês Subaru, instalado no topo do vulcão havaiano Mauna Kea, captou a primeira imagem do planeta-anão. A observação foi confirmada no mesmo mês por outro telescópio no Observatório de Las Campanas, no Chile.

“O 2018 VG18 está mais longe e move-se mais devagar do que qualquer outro objecto do Sistema Solar, por isso levaremos anos para determinar qual é sua órbita”, diz Sheppard num comunicado de imprensa. O planeta foi achado “num ponto do céu próximo ao de outros dos corpos mais longínquos conhecidos, por isso pode ser que tenha uma órbita similar aos demais. As similitudes nas órbitas de muitos desses objectos são a base para a possível existência de um planeta maciço a várias centenas de unidades astronómicas, que influi nas suas órbitas à distância”, explica o astrónomo.

O novo planeta leva mais de mil anos para dar a volta ao Sol. Pelo seu brilho, os cientistas calculam que tenha 500 quilómetros de diâmetro e uma cor rosada, que geralmente delata a presença de grande quantidade de gelo.

Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 890 de 19 de Dezembro de 2018.

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Autoria:Expresso das Ilhas,25 dez 2018 6:24

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  25 dez 2018 6:24

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