À semelhança da Amazon (no Luxemburgo) e do Facebook (na Irlanda), também a Google obteve uma licença de serviços financeiros, o que lhe permitirá alargar os serviços já oferecidos.
As operações são (por enquanto) limitadas mas suficientes para assustar a banca tradicional, que passa a competir com novos jogadores suficientemente poderosos para mudar as regras do jogo. Além da Google, também a Facebook, na Irlanda, e a Amazon, no Luxemburgo, obtiveram já o estatuto de tecnológicas financeiras.
A dimensão, a quantidade de dados que dispõe dos utilizadores e o poder da marca Google são grandes vantagens da tecnológica, face à banca tradicional.
Com a nova licença, a tecnológica pode emitir dinheiro electrónico, armazenar e transferir fundos electronicamente. É certo que ainda não pode receber depósitos ou conceder empréstimos ou hipotecas, mas fica mais perto desse objectivo.
“Trabalhamos constantemente para desenvolver produtos de pagamento e apoiar os nossos clientes. Solicitámos uma licença de serviços financeiros na Lituânica como parte desses esforços, além dos debates em curso sobre projectos em toda a Europa”, afirmou à Bloomberg Adam Malczak, porta-voz da Google.
Perante a abertura da caixa de Pandora, muitos banqueiros sentem-se ameaçados e pedem regras iguais tanto para os bancos como para as fintech, que ainda não são alvo de regulação.
"As 'bigtech' [ou seja, Google, Amazon, Facebook e Apple] não precisam dos bancos, as plataformas são maiores, têm mais clientes e mais dinheiro, são claramente uma ameaça aos bancos", disse Pablo Forero, CEO do BPI, em Setembro, citado pelo Negócios.