A lista é divulgada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, que selecciona e publica anualmente na sua revista o 'top 10' das inovações tecnológicas, mas que, para 2019, convidou o co-fundador da multinacional de 'software' informático a fazer as escolhas.
O multimilionário e filantropo norte-americano elegeu também a destreza robótica, a energia produzida por fusão e fissão nuclear, os testes sanguíneos de diagnóstico de bebés prematuros, as cápsulas ingeríveis que captam imagens do intestino, as máquinas que 'capturam' dióxido de carbono, as sanitas que tratam 'in situ' os dejetos e os programas de inteligência artificial de conversação.
São dez invenções que vão dar que falar em 2019 e mudar o mundo para melhor, segundo o magnata. O assunto é capa da edição de março/abril da revista do MIT, que descreve as inovações na sua edição digital.
O robô "Dactyl", criado nos Estados Unidos, 'aprendeu' a virar entre os dedos um brinquedo em forma de cubo, uma destreza que pode vir a ser aperfeiçoada para a execução de tarefas em casa ou numa fábrica.
Ao contrário da quimioterapia, que ataca as células saudáveis, as vacinas personalizadas contra o cancro, que estão a ser testadas em doentes, podem levar as defesas naturais do corpo a destruírem apenas os tumores ao identificá-los pelos seus erros genéticos únicos.
Uma simples análise ao sangue permitirá aos médicos identificarem as mulheres propensas a dar à luz antes do tempo e tomar medidas para evitar o nascimento de um bebé prematuro e dar-lhe mais hipóteses de sobrevivência, ao detectar variações na expressão de sete genes que estão associadas aos nascimentos prematuros. Uma empresa, a Akna Dx, foi criada nos Estados Unidos para comercializar o teste.
Também nos Estados Unidos já se confeccionam hambúrgueres com proteínas de ervilha, soja, trigo, batata e óleo de plantas para mimetizar a textura, o valor nutritivo e o sabor da carne. Na Holanda trabalha-se na produção de carne em laboratório, um método que implica a extracção de tecido muscular de animais para fazê-lo crescer em biorreatores.
No Paquistão, onde prevalecem determinadas doenças inflamatórias intestinais, foi testado em jovens o uso de uma cápsula para captar imagens do intestino.
A cápsula, que tem um minúsculo microscópio, pode ser engolida facilmente, mesmo por crianças, devido ao seu reduzido tamanho e permite examinar e detectar lesões no intestino e noutros órgãos do aparelho digestivo sem o desconforto de uma endoscopia ou colonoscopia sem anestesia, de acordo com o patologista e bioengenheiro Guillermo Tearney, do hospital norte-americano de Massachusetts, onde criou o dispositivo, que, ainda assim, tem agarrado um cabo flexível que fornece luz à cápsula e que se liga a um monitor onde são reproduzidas as imagens visualizadas pelo médico.
O uso de dióxido de carbono, que contribui para o aquecimento do planeta, na produção de combustíveis ou refrigerantes é apontado como uma das mais-valias de máquinas capazes de 'capturar' este gás poluente da atmosfera, além do efeito de mitigarem as alterações climáticas.
A lista das dez invenções tecnológicas mais promissoras seleccionadas por Bill Gates não fica completa sem as sanitas que não precisam de estar ligadas a sistemas de saneamento ou água e que transformam os dejetos em fertilizante, ao aquecê-los num compartimento de forma a gerarem uma substância rica em carbono.
Há, ainda, os sistemas de inteligência artificial que 'aprenderam' a detectar a ausência de palavras num texto ao 'estudarem' milhões de frases.
Sistemas como este, combinados com melhores sintetizadores de voz, podem potenciar novos programas de inteligência artificial que permitem às máquinas manterem uma conversação com pessoas e não responderem simplesmente a uma ordem.