Aplicações que ocupam menos espaço, novos sistemas operativos, o enfoque na saúde e na privacidade e o recurso à inteligência artificial para organizar fotografias e vídeos são algumas das novidades partilhadas no evento anual para programadores da Apple, que começou esta segunda-feira, em São José, na Califórnia.
O presidente executivo da Apple, Tim Cook, foi o primeiro orador do evento e apresentou o iOS 13. No novo sistema operativo as aplicações vão ocupar até menos 50% de memória, e vão ser duas vezes mais rápidas. Segundo o jornal Público, entre as melhorias está uma muito requisitada pelos utilizadores: a introdução do “dark mode”, que “escurece” o sistema de um modo transversal — já existem aplicações que o fazem isoladamente. Outra novidade assinalada está relacionada com a aplicação de mensagens, que introduz um modo “deslizar” no teclado que ajuda os utilizadores a escrever mais rápido.
O iOS 13 deverá ser disponibilizado em Setembro, por altura do lançamento das novas versões do iPhone. Contudo, apenas os modelos a partir do iPhone 6s, 6s Plus e SE irão receber esta actualização — ainda que com limitações, nestes três modelos. Os iPhone 5s, 6 e 6 Plus ficam com o actual iOS 12.
Watch melhorado
O novo watchOS, o sistema operativo para o Apple Watch, surge numa nova versão e com novas aplicações, como livros em áudio ou a possibilidade de o dispositivo registar notas apenas ouvindo a voz do utilizador.
O watchOS 6 vai ter também uma loja de aplicações própria, permitindo aos utilizadores fazer download de apps sem necessitar do iPhone. Vai ser ainda possível pesquisar apps através da Siri, a assistente digital da Apple.
Da menstruação à poluição
Para Tim Cook, a “maior contribuição da Apple para a humanidade” é melhorar a saúde das pessoas. Para tal, vai ser disponibilizada uma nova ferramenta – o Cycle Tracking – que ajuda as mulheres a acompanhar os seus ciclos menstruais. Outra aplicação – a Noise – notifica o utilizador quando este se encontra num ambiente com demasiado barulho, avisando-o se está a ser prejudicial para a audição.
O fim do iTunes (menos no Windows)
O iTunes, apresentado pela primeira vez por Steve Jobs em Janeiro de 2001 (também na WWDC), revolucionou a indústria musical ao facilitar a compra de música em formato digital. Tirou benefício do sucesso crescente do iPod e tornou-se ao longo dos anos numa plataforma multimédia que agregou também filmes, séries televisivas e podcasts. Cresceu muito, ganhou “peso” e foi perdendo adeptos, daí que o seu fim seja visto por analistas (e consumidores) não só como inevitável, mas desejável. Mas esta mudança vai acontecer, para já, apenas nos computadores da Apple.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 914 de 5 de Junho de 2019.