A descoberta, embora surpreendente, era algo do qual já se suspeitava. Especialistas acreditam que estes tipos de depósito de água doce são abundantes, mas muito pouco se sabe sobre os seus volumes e a sua distribuição no planeta.
Os cientistas acreditam que este aquífero é o maior já encontrado e avaliam-no como “gigantesco”. Segundo os seus cálculos, como revela o zap.aeiou.pt, a reserva vai da costa do estado de Massachusetts até Nova Jérsia e abrange cerca de 350 quilómetros da costa do Atlântico nessa região dos EUA. Se a reserva estivesse na superfície, formaria um lago de cerca de 40 mil quilómetros quadrados.
De acordo com o estudo publicado na revista Scientific Reports, os geólogos também concluíram que os depósitos são mais ou menos contínuos, estendendo-se da linha da costa até cerca de 130 quilómetros mar adentro. Na sua maioria, estão entre 180 metros e 360 metros abaixo do fundo do oceano.
Os geólogos acreditam que a água doce se possa ter armazenado ali de duas maneiras. Por um lado, acredita-se que no final da Idade do Gelo, grandes quantidades de água doce acabaram presas em sedimentos rochosos, algo que os especialistas chamam de “água fóssil”.
Por outro lado, estudos recentes mostram que os reservatórios provavelmente também se alimentam de chuva e de corpos de água que se infiltram através dos sedimentos na terra e alcançam o mar.
O estudo publicado na revista Scientific Reports sugere que estas reservas poderiam ser encontradas em muitas outras partes do mundo e poderiam fornecer água potável a lugares áridos que precisam urgentemente dela.
“Provavelmente não temos de fazer isso nesta região”, disse o geofísico Kerry Key, co-autor do estudo, em comunicado, citado pelo zap.aeiou.pt. “Mas se pudermos demonstrar que existem grandes aquíferos noutras regiões, poderia representar um recurso adicional em lugares como o sul da Califórnia, a Austrália ou a África.”
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 918 de 3 de Julho de 2019.