Hélio Varela, um dos elementos da equipa que criou o aplicativo para dispositivos móveis, explicou, em conferência de imprensa, que este software vai permitir ao utilizador rastrear os seus contactos e perceber se esteve ou não na proximidade de uma pessoa infectada.
No entanto, como explicou Hélio Varela, por uma questão de privacidade o aplicativo só permitirá saber a existência do contacto não sendo possível saber “o local, a hora da infecção e muito menos a identidade” da pessoa transmissora da doença. Ou seja, o aplicativo vai fazer o rastreamento de contactos que o utilizador teve no dia-a-dia, desde conhecidos a pessoas desconhecidas, com quem tenha partilhado o mesmo espaço.
Outra das funcionalidades que o ‘Na nos mon’ vai ter é a possibilidade de interligação com aplicativos semelhantes que tenham sido desenvolvidos em países estrangeiros.
“Este projecto vai muito além das tecnologias e se não tivermos sensibilidade de outras áreas não era possível levá-lo adiante”, observou Hélio Varela, considerando que criação deste aplicativo é um desafio de cidadania.
O ‘Na nos mon’ faz parte da resposta à COVID-19 nesta fase de desconfinamento, com a única finalidade de alertar os contactos de pessoas potencialmente expostas ao vírus para que possam ser testadas e cuidadas.
Hélio Varela lembrou que o governo já certificou o software um passo essencial para o lançamento do aplicativo no mercado uma vez que, como referiu, a “Google e a Apple, que dominam o mercado de telemóveis no mundo, não permitem esta tecnologia a não ser que tenha uma aprovação formal do Governo”.
A aprovação foi dada esta semana.
Paulo Rocha, ministro da Administração Interna, referiu que o governo aprovou em Conselho de Ministros a resolução que aprova o rastreamento automático de contacto como forma complementar de contenção da COVID-19 em Cabo Verde.
No entanto, como referiu Hélio Varela, para que o ‘Na nos mon’ tenha a maior eficácia possível vai ser preciso a adesão em massa por parte dos cabo-verdianos. Na Praia, referiu Varela durante a apresentação, o objectivo é conseguir um mínimo de 66 mil downloads para que a app seja eficaz.
A aplicação, agora que estão cumpridas as fases burocráticas, está à espera da certificação da Google e da Apple para ser lançada nas lojas virtuais (AppStore da Apple e Play Store da Google), algo que deverá acontecer durantes os primeiros dias de Julho.