Diante daquilo que descreve como uma "violação de dados extremamente grave", a ministra do Interior, Maria Ohisalo, quis tranquilizar hoje a população para que não se desvie dos serviços de saúde mental no país de 5,5 milhões de habitantes coroado várias vezes como um dos "mais felizes do mundo" pelas Nações Unidas, mas que é ao mesmo tempo o país europeu mais afectado por doenças mentais.
De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), quase um em cada cinco finlandeses sofre de distúrbios psicológicos.
Segundo a polícia, "milhares" de pacientes já apresentaram queixas e muitos disseram ter recebido mensagens electrónicas exigindo 200 euros em bitcoin para evitar que o conteúdo das suas conversas com terapeutas fosse revelado.
Estes dados foram roubados à empresa privada Vastaamo, que opera 25 centros de psicoterapia em todo o país.
"Estamos a investigar, entre outras acusações, uma violação de segurança e extorsão agravadas", declarou à imprensa Robin Lardot, chefe da polícia judiciária, acrescentando que o número de pacientes afectados pode chegar a várias dezenas de milhares.
A Vastaamos, que já se desculpou, iniciou também uma investigação interna. Citado na imprensa local, o grupo garantiu que a sua base de dados estava "segura" e que não houve "nenhuma fuga desde Novembro de 2018", ou seja, a pirataria informática aconteceu, pelo menos, há dois anos.