Um novo estudo, realizado por investigadores da Francis Crick University e da University College London, descobriu que alguns anticorpos criados pelo sistema imunitário depois de uma constipação comum podem combater o SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores analisaram amostras de sangue de 302 adultos e 48 crianças recolhidas entre 2011 e 2018, ou seja, nenhuma delas havia tido contacto com o novo coronavírus, que surgiu em Wuhan em 2019. A equipa descobriu que cerca de 5% dos adultos possuem os anticorpos capazes de neutralizar o coronavírus, mas entre o grupo de menores de 16 anos, esse percentual sobe para 44%.
Atualmente, os cientistas não conseguem explicar por que razão a presença desses anticorpos difere entre os grupos. O líder do estudo, Kevin Ng, salienta que mais pesquisas são necessárias e que não existem ainda evidências de que esses anticorpos previnam a infeção por SARS-CoV-2.
Como os anticorpos da constipação comum reagem de forma cruzada ao SARS-CoV-2
A proteína spike do SARS_CoV-2, que é a membrana viral que permite a entrada na célula, é composta por duas partes - S1 e S2. Enquanto que com o S1, o vírus agarra a célula, com o S2, ele entra na célula. O estudo descobriu que as partes S2 que permitem a entrada na cepa do vírus são estruturalmente semelhantes aos da constipação comum, ajudando os anticorpos formados a lutar contra a outra doença também.