De acordo com o LiveScience, a rotação do planeta varia ligeiramente, impulsionada por variações na pressão atmosférica, ventos, correntes oceânicas e o movimento do núcleo.
Apesar destas mudanças não serem alarmantes, são inconvenientes para os cronometristas internacionais, que usam relógios atómicos ultraprecisos para medir o Tempo Universal Coordenado (UTC) pelo qual todos acertam os seus relógios. Quando o tempo astronómico, definido pelo tempo que a Terra demora a fazer uma rotação completa, se desvia em mais de 0,4 segundos, o UTC precisa de ser ajustado.
Até agora, esses ajustes consistiam em adicionar um “segundo bissexto”, também conhecido como “segundo intercalar” ou “segundo adicional” ao ano no final de Junho ou Dezembro, voltando a alinhar o tempo astronómico e o tempo atómico.
Estes segundos bissextos eram acrescentados porque a tendência geral da rotação da Terra tem diminuído desde o início da medição precisa dos satélites no final dos anos 1960 e início dos anos 1970.
Desde 1972, os cientistas adicionaram segundos bissextos a cada ano e meio, em média, de acordo com o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST). A última adição aconteceu em 2016, quando na véspera de Ano Novo às 23 horas, 59 minutos e 59 segundos, um “segundo bissexto” extra foi adicionado.
No entanto, de acordo com Time and Date, a recente aceleração na rotação da Terra fez os cientistas falarem pela primeira vez sobre um segundo bissexto negativo. Em vez de adicionar um segundo, podem precisar de subtrair um.
A duração média de um dia é de 86.400 segundos, mas um dia astronómico em 2021 será 0,05 milissegundos mais curto, em média. Ao longo do ano, isso representará um atraso de 19 milissegundos no tempo atómico.
“É bem possível que um segundo bissexto negativo seja necessário se a taxa de rotação da Terra aumentar ainda mais, mas é muito cedo para dizer se é provável que aconteça”, disse o físico Peter Whibberley, do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, em declarações ao jornal britânico The Telegraph.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 998 de 13 de Janeiro de 2021.