Cientistas medem tamanho do núcleo do hélio com precisão sem precedentes

PorExpresso das Ilhas, Lusa,28 jan 2021 7:22

Uma equipa internacional de investigadores, mediu o raio do núcleo atómico do hélio com "um nível de precisão sem precedentes", foi hoje anunciado.

Utilizando muões ("partículas semelhantes aos eletrões e cerca de 200 vezes mais pesadas"), as experiências foram realizadas no Paul Scherrer Institut (PSI), na Suíça, que é "o único centro de investigação do mundo capaz de produzir uma quantidade suficiente de muões para esta investigação", indica a Universidade de Coimbra (UC), numa nota divulgada hoje.

Os resultados serão publicados na quinta-feira na revista científica Nature.

A seguir ao hidrogénio, o hélio é o segundo elemento mais abundante no universo, sublinha a UC.

"Cerca de um quarto dos núcleos atómicos que se formaram nos primeiros minutos após o Big Bang eram núcleos de hélio. Eles são constituídos por quatro blocos de construção: dois protões e dois neutrões".

Do ponto de vista da física fundamental, é "crucial conhecer as propriedades do núcleo do hélio para, entre outros, entender os processos de outros núcleos atómicos que são mais pesados do que o hélio", sustenta a UC, no mesmo comunicado.

"Tal como tinha acontecido com o protão, o conhecimento prévio sobre o núcleo de hélio provém de experiências com eletrões".

Esta colaboração, destaca a UC, "desenvolveu um novo método para a medição, utilizando muões em vez de eletrões, o que permitiu determinar o tamanho do núcleo do hélio com uma precisão cerca de cinco vezes superior à das anteriores medições".

De acordo com os resultados obtidos, o designado "raio de carga médio do núcleo do hélio é 1,67824 fentómetros", refere a UC, adiantando que "há mil biliões de fentómetros num metro".

O estudo contou com a colaboração de 40 cientistas, provenientes da Alemanha (entre os quais T. W. Hänsch, prémio Nobel da Física de 2005), Suíça, França, Taiwan e Portugal.

Esta colaboração internacional já tinha medido o raio do protão em 2010, utilizando a mesma abordagem. Nessa altura, o valor medido diferia do obtido por outros métodos de medição que utilizavam eletrões.

"Desta vez, não há contradição entre o novo valor mais preciso e as medições efetuadas com os outros métodos", salienta a UC, notando que "a medição deste trabalho pode ser utilizada em vários contextos".

As medições do hélio muónico também podem ser comparadas com as que são obtidas em experiências em que são utilizados átomos e iões "normais".

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,28 jan 2021 7:22

Editado porAndre Amaral  em  28 jan 2021 7:22

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