Há 100 anos, o físico Alemão Albert Einstein virou o mundo científico de pernas para o ar com a descoberta do efeito fotoeléctrico, que provou que a luz é tanto uma partícula como uma onda. Depois de receber o Prémio Nobel da Física em 1921, Einstein contribuiria mais tarde comteorias relacionadas com a fusão e fissão nuclear, abrindo caminho para a invenção e detonação de armas nucleares, bem como da energia nuclear.
Quando há 69 anos foi descoberto nos destroços químicos de uma explosão nuclear um elemento até então desconhecido, com características que o colocavam na posição 99 da tabela Periódica, os cientistas baptizaram-no em homenagem ao físico. Assim apareceu na Tabela Periódica o“Einsténio [99]”. Porém, desde que que o einsténio foi descoberto, em 1952, no Departamento de Energia do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, os cientistas realizaram poucas experiências com este elemento, por sermuito difícil de obtere excecionalmente radioactivo.
Agora, relata o zap.aeiou.pt, uma equipa de químicos do Berkeley Lab ultrapassou esses obstáculos para caracterizar, pela primeira vez, algumas das suas propriedades, abrindo a porta a uma melhor compreensão dos restantes elementos transurânicos da série de actinídeos – a linha que constitui o período 7 da Tabela, que vai do Actínio [89] ao Laurêncio [103].
Menos de 250 nanogramas
Com menos de 250 nanogramas do elemento, a equipa de investigadores mediu pela primeira vez adistância da ligação moleculardo einsténio, uma propriedade básica das interacções de um elemento com outros átomos e moléculas.
“Não se sabe muito sobre o einsténio”, disseRebecca Abergel, que lidera o grupo de Química de Elementos Pesados do Berkeley Lab, em comunicado divulgado peloEurekAlert. “É uma conquista notável termos conseguido trabalhar com esta pequena quantidade de material e fazer química inorgânica”.
O estudo foipublicadoeste mês na revista científicaNature.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1003 de 17 de Fevereiro de 2021.