Uma supernova “fracassada” ou alienígenas? Nos últimos 70 anos, desapareceram mais de 800 estrelas

PorExpresso das Ilhas,7 jun 2021 6:47

Durante milhares de anos, os astrónomos aceitaram a ideia de que as luzes no céu eram fixas e imutáveis. Um grupo de cientistas decidiu averiguar se os impossíveis acontecem, comparando dados ao longo de décadas de observações. 

Uma equipa de astrónomos decidiu comparar dados de estrelas ao longo de décadas de observações para ver se os astros desaparecem.

O projeto VASCO (Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations project), escreve o site zap.aeiou.pt, tem sido conduzido desde 2017 com o objectivo de fazer uma comparação sistemática de mapas astronómicos contemporâneos com os feitos na década de 1950, por astrónomos do Observatório Palomar, no Estado norte-americano da Califórnia.

Citada peloSpace, a astrónoma Beatriz Villarroel, do Instituto Nórdico de Física Teórica, explicou que o método permite determinar as estrelas desaparecidas e distingui-las daquelas que apresentam um brilho flutuante através do tempo.

“Sabemos que existem [estrelas] variáveis, mas as suas escalas de tempo tendem a ser alguns anos no máximo”, começou por afirmar a astrónoma. O objetivo da investigação é encontrar uma estrela quedesapareça por completo. “É este tipo de descoberta que poderia conduzir a uma nova Física”, frisou Villarroel.

A equipa do projecto, que deu o primeiro passo há quatro anos, conta com astrónomos de diversas áreas, como especialistas em núcleos activos de galáxias, físicos estelares e até cientistas que trabalham na busca de vida inteligente extraterrestre (SETI). “Todos têm um propósito”, salientou.

O projeto Vasco usa dados dos últimos 70 anos e compara-os com informações actuais. Até agora, a investigação detectou mais de 800 estrelas aparentemente “perdidas”.

“Com 800 candidatas, temos ainda muito trabalho a fazer. Acho que é quase certo que se trata de uma mistura de objetos de diferentes tipos”, disse Villarroel.

Se alguma (ou algumas) dessas estrelas desapareceu, a explicação pode residir no fenómeno da supernova “fracassada”: uma estrela gigantesca, com um núcleo muito grande, que colapsou num buraco negro e consumiu o resto da energia de dentro para fora, interrompendo a corrente de energia que normalmente acompanha uma explosão de supernova, sem deixar vestígios para trás.

Já os astrónomos do SETI acreditam que estes eventos aparentemente impossíveis revelam a existência de civilizações alienígenas avançadas.

Para já, permanece tudo muito nublado, comenta o zap.aeiou.pt.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1018 de 2 de Junho de 2021. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,7 jun 2021 6:47

Editado porAndre Amaral  em  7 jun 2021 6:47

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