"Não temos planos de bloquear nada, vamos colaborar com elas. Mas há problemas. Elas enganam-nos quando não cumprem os nossos pedidos e não respeitam as leis russas", disse Putin, durante a tradicional conversa anual televisionada com os cidadãos.
O líder russo respondia assim a um jovem que se apresentou como um 'blogger' e perguntou se as redes sociais mais populares, como a chinesa TikTok e a russa com base no Dubai Telegram, seriam bloqueadas.
"Se elas trabalham no nosso país e ganham dinheiro aqui, devem obedecer às nossas leis", explicou Putin, que insistiu na ideia de que essas empresas deveriam abrir representações legais na Rússia.
Na primavera, as autoridades russas começaram a criar dificuldades de funcionamento à rede social Twitter, alegando que não tinha removido uma série de conteúdos considerados ilegais por Moscovo e ameaçando o Facebook e o YouTube com sanções semelhantes.
Na Rússia, a proliferação de medidas contra diversas redes sociais, muitas vezes sob o pretexto de proteger menores e combater o extremismo, preocupa os opositores do regime, que olham para estas medidas como uma tentativa de limitar a liberdade de expressão.
Em Abril, o Twitter e, de seguida, o TikTok foram multados pesadamente por não terem excluído conteúdos classificados como perigosos por "incitar menores" a manifestarem-se em apoio ao opositor preso Alexei Navalny.
A polícia russa da Internet, Roskomnadzor, disse hoje que iniciou uma acção administrativa contra a Google, argumentando que esta empresa norte-americana não forneceu provas sobre armazenamento de dados de utilizadores russos dentro desse país, como obriga a lei.