“Homem dragão”. Cientistas dizem que nova espécie é a mais próxima dos humanos

PorExpresso das Ilhas,8 jul 2021 7:31

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O crânio foi encontrado na década de 1930, mas esteve escondido durante 85 anos e só em 2018 foi entregue ao professor Ji Qiang.

Cientistas anunciaram sexta-feira passada que um crânio descoberto no Nordeste da China representa uma nova espécie humana que batizaram de Homo longi, ou “Homem Dragão” - e dizem que a nova linhagem deve substituir os Neandertais como os nossos parentes mais próximos.

O crânio de Harbin, de acordo com o dn.pt, foi descoberto na década de 1930 na cidade com o mesmo nome na província de Heilongjiang, mas terá sido alegadamente escondido num poço durante 85 anos para o proteger do exército japonês.

Foi mais tarde desenterrado e entregue, em 2018, ao professor Ji Qiang, da Universidade Hebei GEO.

“Segundo as nossas análises, o grupo Harbin está mais próximo do Homo sapiens do que os Neandertais, isto é, os Harbin partilhavam um antepassado comum mais recente connosco do que os Neandertais”, disse à AFP um dos autores dos estudos agora publicados na revista The Innovation, Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.

“Se estas são vistas como espécies diferentes, então esta é a nossa espécie irmã”, acrescentou, referindo-se à que está mais próxima de nós.

Segundo a mesma fonte, o crânio data de há pelo menos 146 mil anos, do Pleistoceno Médio. Pode albergar um cérebro semelhante em tamanho ao dos humanos modernos, mas tem órbitas oculares muito maiores, sobrancelhas grossas, uma boca larga e dentes enormes.

“Apesar de mostrar características típicas dos humanos arcaicos, o crânio de Harbin apresenta um mosaico de combinações de características primitivas e derivadas que o colocam aparte de tudo o que antes foi denominado na espécie Homo”, indicou Ji, outro coautor do estudo.

O nome Homo longi é derivado de Long Jiang, que significa literalmente “Rio Dragão”.

A equipa acredita que o crânio era de um homem, que teria cerca de 50 anos, que vivia numa planície de inundação florestal.

Árvore genealógica

Os cientistas estudaram primeiro a morfologia externa do crânio, recorrendo a mais de 600 características, e depois efectuaram milhões de simulações por computador para construir árvores genealógicas de parentesco com outros fósseis.

“Isto sugere que o Harbin e alguns dos outros fósseis na China formam uma terceira linhagem de humanos junto com os Neandertais e o Homo sapiens”, explicou Stringer.

Se o Homo sapiens tivesse chegado ao Leste da Ásia na altura em que o Homo Longi estava presente, podem ter havido cruzamentos, mas isso não é claro.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1022 de 30 de Junho de 2021.

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Autoria:Expresso das Ilhas,8 jul 2021 7:31

Editado porAndre Amaral  em  13 jul 2021 13:12

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