Segundo um artigo divulgado na publicação científica BMJ e citado pela prestigiada revista Galileu, a organização aconselha o uso dos anticorpos monoclonais casirivimab e imdevimab em doentes que sofrem de casos severos da patologia, mas que simultaneamente não desenvolveram anticorpos, e em indivíduos que apresentam um risco elevado de necessitarem de hospitalização.
Os anticorpos monoclonais consistem em proteínas formuladas em laboratório, a partir de células vivas, com o intuito de evitar a infecção pelo novo coronavírus.
A autorização da OMS tem como base três pesquisas, que até ao momento ainda não foram revistas por pares, que indicam que a junção de anticorpos monoclonais diminui a probabilidade de hospitalização e a duração dos sintomas em indivíduos com maior predisposição para sofrerem de COVID grave, nomeadamente pacientes imunossuprimidos, idosos ou indivíduos não vacinados.
De acordo com a revista Galileu, foi ainda avaliado outro estudo, baptizado de Recovery, que associa o tratamento à redução de óbitos e à necessidade de sujeição a ventilação mecânica em pacientes soro-negativos. Sendo que nesse estudo, o cocktail levou a 49 óbitos a menos por cada 1 mil pacientes com COVID-19 grave e ao decréscimo de 87 mortes por cada 1 mil indivíduos em estado grave.
Em Abril, este tratamento criado pelas farmacêuticas Regeneron Pharmaceuticals, dos Estados Unidos, e Roche Pharmaceutical, da Suíça, revelou ter a capacidade de reduzir em 81% os casos sintomáticos de COVID-19 em indivíduos que vivem na mesma habitação que pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus SARS-CoV-2.
Num comunicado emitido à imprensa, a OMS solicitou a empresas e governos revisem o preço elevado e a produção limitada do cocktail, de forma a torná-lo acessível a toda a população. Actualmente a organização mundial está em contacto com a Roche Pharmaceutical para doar e distribuir o tratamento através do Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef.
"A OMS também pede a partilha dae tecnologia para permitir a fabricação de versões biossimilares para que todos os pacientes que possam precisar desse tratamento tenham acesso ao mesmo", afirma a entidade.