Os condores da Califórnia estão há anos sob ameaça de extinção. Há três décadas que cientistas do San Diego Zoo Wildlife Alliance fazem estudos genéticos para determinar o parentesco entre os filhotes e seus progenitores.
A surpresa chegou quando descobriram dois casos em que o filhote descendia de uma fêmea de condor, mas não estava relacionado geneticamente com nenhum macho e, portanto, era biologicamente órfão de pai.
Para evitar possíveis erros, repetiram a prova genética em numerosas ocasiões. A conclusão a que chegaram é que esses dois filhotes tinham sido produzidos por partenogénese, uma forma de reprodução assexuada.
O que despertou a atenção é que as mães destas aves, que se encontravam em cativeiro, conviviam com machos e já se tinham reproduzido por via sexual. Desta maneira, a descoberta, publicada agora na revista Journal of Heredity, representa o primeiro caso de partenogénese em condores e o primeiro de qualquer espécie de ave em que a fêmea tinha acesso a um macho.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1043 de 24 de Novembro de 2021.