Angelique Coetzee, a médica que alertou os responsável políticos sul-africanos para a existência de uma nova variante no país, veio esclarecer que ao longo da sua pesquisa chegou à conclusão que os identificados com esta nova variante — agora conhecida como Ómicron — têm sintomas distintos dos associados à variante Delta. A investigadora ressalvou, ainda assim, que é cedo para tirar conclusões sobre a agressividade ou resistência da variante, mas também se a doença que dela resulta é mais forte ou resistente aos medicamentos existentes.
Segundo Angelique Coetzee, os doentes infectados com a nova variante tendem a queixar-se de “fadiga, dores de cabeça e no corpo, dores de garganta ocasionais e tosse“, ao passo que, com a variante Delta, os sintomas mais recorrentes são pulsações elevadas, baixos níveis de oxigénio e perda de olfacto e paladar. Ao jornal britânico The Telegraph, a médica já tinha avançado que os sintomas associados à variante Ómicron são “moderados, embora invulgares”.
Como exemplo, evocou o caso de um homem de 30 anos que se queixava de cansaço e dores de cabeça moderadas, não apresentando mais nenhuma sintomatologia associada tipicamente à covid. “Os sintomas [de pacientes com Ómicron] eram muito diferentes e moderados comparativamente aos que tenho tratado no passado”, disse à Bloomberg.
A médica decidiu iniciar a investigação quando, em Novembro, se apercebeu que chegavam ao seu consultório, em Pretória, o epicentro dos casos de covid-19 registados em África do Sul nas últimas semanas, poucos doentes covid-19 e muitos a apresentarem os mesmos sintomas (referidos acima). Foi aí que decidiu informar os cientistas e especialistas que aconselham o Governo sul-africano para este facto, com os laboratórios do país a identificarem a nova variante na semana seguinte.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1044 de 1 de Dezembro de 2021.