Segundo a Space.com, na história do nosso planeta apenas existiram duas cadeias montanhosas gigantes, tão altas como os Himalaias, com milhares de quilómetros, que se erguiam para fora da Terra, dividindo os antigos super continentes em dois. Os geólogos chamam-lhes as “super montanhas”.
“Não há nada como estas duas super montanhas hoje em dia“, disse Ziyi Zhu, estudante de pós-doutoramento na Universidade Nacional Australiana (ANU) em Camberra e autor principal do novo estudo sobre as formações rochosas, publicado na revista Earth and Planetary Science Letters.
“Não é apenas a sua altura — se conseguirmos imaginar os 2.400 quilómetros de comprimento dos Himalaias três ou quatro vezes, ficamos com uma ideia da escala”, acrescentou o estudante.
Estas montanhas pré-históricas foram mais do que uma visão surpreendente. De acordo com novas pesquisas de Zhu e outros investigadores, a formação e destruição destas duas “super montanhas” também podem ter alimentado dois dos maiores booms da evolução da história do nosso planeta.
O primeiro aparecimento de células complexas há cerca de 2 mil milhões de anos atrás, e a explosão de vida marinha há 541 milhões de anos atrás.
É provável que, à medida que estas enormes cadeias montanhosas foram sofrendo erosão, tenham deitado enormes quantidades de nutrientes ao mar, acelerando a produção de energia e a evolução da super-carga, escrevem os investigadores.
As montanhas erguem-se quando as placas tectónicas da Terra, sempre em movimento, esmagam duas massas de terra juntas, empurrando as rochas superficiais para grandes alturas.
As montanhas podem crescer durante centenas de milhões de anos ou mais, mas mesmo as cordilheiras mais altas nascem com uma data de expiração, à medida que a erosão do vento, água e outras forças abafam as formações.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1055 de 16 de Fevereiro de 2022.